Depois de recorde, nível do rio Negro já baixou 11 centímetros em Manaus

O número é 40 centímetros maior que do que a estimativa sobre a cheia apresentada em março deste ano (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O nível do rio Negro em Manaus iniciou o processo de vazante, depois de registrar a maior cheia da história dos últimos 119 anos, quando alcançou 30,02 metros. Nessa sexta-feira, 2, o rio baixou mais dois centímetros para 29,91, o processo de seca nos rios da Amazônia vai até novembro. O fenômeno natural em 2021 deixou mais de 25 mil pessoas afetadas pela cheia do Negro.

Segundo especialistas, a cheia histórica de 2021 foi consequência do alto volume de chuvas no início do ano. E de acordo com meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Renato Senna, ocorreu pela condição de neutralidade no Oceano Atlântico, na parte Sul, e aquecimento no Norte. “Isso faz com que seja deslocada a Zona de Convergência Intertropical, que é a zona preferencial de formação de nuvens, em direção ao norte da bacia”, explicou o meteorologista.

Praça da Igreja Matriz vira palco da maior cheia dos últimos 100 anos na capital amazonense (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Outro fator, somado ao deslocamento da formação de nuvens, é o fenômeno La Niña, que leva as áreas de precipitação a se concentrarem ao norte. Recentemente, o La Niña se encerrou e o Atlântico entrou numa condição de normalidade.

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“Portanto, espera-se que as chuvas reduzam em quantidade, principalmente na bacia do Solimões. Na bacia do rio Negro, elas vão entrar numa condição de normalidade, mas ainda vai continuar chovendo bastante”, afirma Renato.

Impactos

Área em frente ao prédio da antiga Alfândega virou atração para as pessoas registrarem o fenômeno (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

A cheia dos rios mudou totalmente a rotina da população manauara que teve o Centro como um dos bairros mais afetados. A Defesa Civil Municipal precisou construir pontes para que as pessoas pudessem chegar às lojas. A praça do Relógio, onde fica situada a Catedral Metropolitana de Manaus, virou atração turística e atraiu diversos curiosos, que visitaram o local para deixar registrado o fenômeno natural.

Cheia do Amazonas

Além da capital, outras 58 das 62 cidades do Amazonas também foram afetadas pela enchente. Segundo a Secretaria Executiva de Ações de Proteção e Defesa Civil, o Estado tem 455.573 pessoas acometidas e 111.096 famílias atingidas pelo desastre.

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