Deputada do AM falta trabalho para ir à Europa em agenda com parlamentar neonazista
10 de abril de 2024
Débora Menezes e Hermann Tertsch (Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – A deputada bolsonarista do Amazonas Débora Menezes (PL) faltou trabalho na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) nesta quarta-feira, 10, para ir à Europa. A parlamentar registrou, nas redes sociais, fotos e vídeos da viagem no mesmo momento em que a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) realizava sessão parlamentar, transmitida pelo Youtube.
Em Bruxelas, capital da Bélgica, Débora esteve no Parlamento Europeu para denunciar o que chama de abusos do Judiciário brasileiro. Ao lado de outros políticos conservadores do Brasil, a deputada no Amazonas também disse ter recebido apoio do deputado espanhol da ultradireita e lembrado pela imprensa internacional por ser filho de nazistas que trabalharam com Hitler, Hermann Tertsch, da VOX, que se destaca em protestos violentos repletos de franquistas, neonazistas e outros similares.
Com a ajuda de Tertsch, a parlamentar do PL disse ter conseguido um requerimento para debater a “possibilidade de reconhecer o Brasil não mais como uma democracia”. Terstch é filho do diplomata e jornalista austríaco Ekkehard Tertsch, que trabalhou com Josef Hans Lazar, que é considerado o porta-voz de Adolph Hitler durante a Ditadura do “caudillo” Francisco Franco, que durou de 1939 a 1975.
Publicação de Débora Menezes com o e o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) (Reprodução/Instagram)
“Através do parlamentar europeu @hermanntertsch conseguimos um requerimento para ser debatido em plenário a situação que vem acontecendo no Brasil. Boa parte do parlamento ficou chocado, e por isso, teremos a oportunidade de debater a possibilidade de reconhecer o nosso país não mais como uma democracia“, declarou.
Além da deputada, estão na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Bia Kics (PL-DF), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).
Débora Menezes e Eduardo Bolsonaro em Bruxelas (Divulgação)
O parlamentar europeu foi mais um a juntar-se aos ataques capitaneados pelo bilionário Elon Musk contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na rede X, o deputado do Vox compartilhou publicação em que Musk indaga: Como Alexandre de Moraes se tornou ditador no Brasil?“. E responde: “Ele tem Lula na coleira”.
“Musk tem razão. O juiz Alexandre de Moraes montou toda a operação para tirar o criminoso Lula da prisão, condenado de forma justa e legal por duas sentenças definitivas, e permitir que ele volte a ser presidente de forma bastante irregular. O que muitos não sabiam então é que Moraes tem controle absoluto sobre Lula e hoje o juiz é o dono do Brasil que faz e desfaz, aprisiona e liberta, persegue e eleva quem ele quiser“, disparou Terstch.
Tiene razón @elonmusk El juez alexander de Moraes montó toda la operación para sacar de la cárcel al delincuente Lula, justa y legalmente condenado por dos sentencias firmes, y habilitarlo para volver a hacerlo presidente de forma harto irregular. Lo que muchos no sabían entonces… https://t.co/5AM9EL8B4m
A REVISTA CENARIUM entrou em contato com a assessoria da deputada Débora Menezes para saber as justificativas da ausência da parlamentar na sessão da Aleam nesta quarta-feira. Em nota a assessoria da parlamentar afirmou que estava em agenda oficial. Veja a nota na íntegra:
A deputada realizou uma viagem financiada com recursos próprios, cumprindo uma agenda oficial em nome do grupo conservador que representa no Amazonas. Essa iniciativa faz parte de uma série de deslocamentos promovidos por um conjunto de parlamentares conservadores, que estão engajados em denunciar abusos cometidos pelo Supremo Tribunal Federal. Vale ressaltar que a justificativa para essa viagem é plenamente fundamentada. A missão da comitiva chegará ao fim nesta quinta-feira, quando os membros se dirigirão ao Tribunal de Haia, na Holanda, para apresentar as mesmas denúncias formalmente.
Editado por Adrisa De Góes Revisado por Gustavo Gilona
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