Deputado bolsonarista se irrita e tenta impedir parlamentar de falar sobre caso Dom e Bruno
15 de junho de 2022
A deputada estava correlacionando os crimes para falar sobre a falta de atuação do Ministério da Justiça quado foi interrompida (Thiago Alencar/CENARIUM)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – Durante audiência pública entre o ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres e os deputados integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, realizada na tarde desta quarta-feira, 15, para tratar sobre a morte de Genivaldo, por agentes da Polícia Federal (PF), o deputado José Medeiros (PL) se irritou e avançou nos colegas de bancada.
A situação ocorreu durante a fala da deputada do PSOL, Talíria Petrone, que ao iniciar a sabatina pediu, para antes, comentar sobre o homicídio de Bruno Pereira e Dom Phillips, ocorridos na Amazônia. A deputada estava correlacionando os crimes, para falar sobre a falta de atuação do Ministério da Justiça, quando foi interrompida por José Medeiros, integrante da base aliada de Bolsonaro.
Medeiros interrompeu a fala de Petrone e questionou durante toda a discussão a validade da pergunta feita pela parlamentar. “Gostaria de ter minha fala respeitada”, pediu a deputada, o que Medeiros rebateu dizendo: “não vai ter não, fale no tema”.
Outros membros da comissão se exaltaram e, em meio a xingamentos, foram interrompidos pelo presidente da comissão, Orlando Silva (PCdoB), que pediu calma e falou, diretamente, a Medeiros, que respeitasse os colegas da Casa.
“O senhor está exagerando, está se excedendo e ferindo o regimento. O senhor está, inclusive, quebrando o decoro ao não respeitar seus colegas. O senhor se aquiete que a reunião vai continuar”, disse o chefe da Casa ao devolver a palavra para a deputada Petrone. Medeiros continuou tentando interromper a fala do presidente da comissão, pedindo que os demais deputados continuassem no tema.
Discussão durante sessão na Câmara dos Deputados (Reprodução)
Liberdade
Quando a fala foi devolvida a Talíria, ela pontuou que não feriu o regimento. “Regimentalmente eu posso falar sobre o que eu quiser, senhor presidente. A gente está falando de execuções, de mortes, de desaparecimentos e, é impressionante o desrespeito aos familiares de mortos e desaparecidos ocorridos nessa Casa, sistematicamente. Onde foi que os senhores esqueceram as vossas humanidades?”, questionou.
Ao ministro da Justiça, Talíria questionou onde estava o Estado, que falhou ao proteger funcionários da Funai, que assim como Bruno, foram mortos. O ministro, então, respondeu: “Nós estamos discutindo, aqui, um dos maiores problemas que nosso País vive, hoje, e não é só da minha gestão, mas vem de gestões anteriores”, afirma o ministro sobre a presença de criminosos, madeireiros e garimpeiros em terras indígenas.
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