Deputado do AM propõe reduzir jornada de trabalho em escala 5×2
Por: Ana Cláudia Leocádio
12 de março de 2025
Pauderney Avelino (União-AM) propõe reduzir a jornada com cinco dias de trabalho e dois de descanso (José Cruz/Agência Brasil)
BRASÍLIA (DF) – O deputado federal Pauderney Avelino (União-AM) apresentou um Projeto de Lei (PL) que propõe reduzir a jornada de trabalho para 5×2, com cinco dias de trabalho e dois de descanso, com 40 horas semanais e sem redução de salário. O projeto é um meio-termo à proposta protocolada pela deputada Érika Hilton (PSOL-SP), que estabelece a redução da jornada para 4×3, sendo quatro dias laborais e três de repouso, distribuídos em 36h, no lugar das 44 horas vigentes no País.
Em sua justificativa ao PL 824/2025, Pauderney Avelino afirma que “a discussão sobre a redução da jornada de trabalho tem ganhado destaque de forma global devido à sensibilização dos impactos de rotinas laborais exaustivas, que impactam a saúde do trabalhador”.
O parlamentar cita experiências de países como Islândia, Suécia, Bélgica, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia e Japão, onde houve resultados positivos com os testes de redução da jornada semanal para até 36 horas laborais e quatro dias semanais. Ele conclui que “a redução dos dias trabalhados de 6 para 5 por semana, conforme se verifica de diversas experiências internacionais, não impactariam na produtividade”.
Trecho de proposta apresentada por Pauderney Avelino (Reprodução/Câmara dos Deputados)
“A adoção da jornada de trabalho 5×2, com cinco dias trabalhados por dois de descanso influencia diretamente na recuperação física e mental do trabalhador, além dar maior disponibilidade para que eles cuidem de sua vida pessoal e do seu bem-estar”, afirmou Pauderney.
De acordo com o parlamentar do Amazonas, o modelo tradicional 6×1, de seis dias trabalhados por um dia de descanso, presente em diversos setores no Brasil, limita o tempo disponível para que os trabalhadores se dediquem às suas famílias e ao bem-estar.
O texto exclui da obrigatoriedade do regime proposto, as jornadas especiais estabelecidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em legislações específicas ou em acordos e convenções coletivas de trabalho.
Deputado pelo Amazonas apresentou proposta nesta quarta-feira, 12 (Divulgação/Assessoria)
“As exceções inseridas na presente propositura são imprescindíveis para assegurar a continuidade de atividades indispensáveis à população, como saúde, segurança e transporte, de igual modo há a preservação das especificidades setoriais e a autonomia negocial entre empregadores e empregados”, justifica o deputado.
Em 25 de fevereiro deste ano, a deputada paulista Érika Hilton (Psol) protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), na qual propõe a redução da jornada de trabalho de 6×1 para 4×3, e consequente diminuição das 44 horas para 36 horas semanais.
A parlamentar conseguiu 234 assinaturas, dos 513 deputados, 53 a mais do que as 171 necessárias para esse tipo de propositura. Desde o ano passado, essa proposta mobilizou a população, principalmente pelas redes sociais, em apoio à mudança.
Pelo texto, a jornada de trabalho não pode superar oito horas diárias e não ultrapassar 36 horas semanais. A proposta visa alterar um trecho da Constituição Federal que trata dos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais.
Erika Hilton apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (Divulgação/Câmara dos Deputados)
Há uma outra proposta sobre o mesmo tema, apresentada pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que também reduz a escala para 36 horas. A diferença está no tempo de transição até sair das atuais 44 horas para as 36h. Lopes propõe uma transição em dez anos, enquanto Hilton estabelece em dois anos.
O PL de Pauderney Avelino propõe alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada em 1º de maio de 1943, que define as horas de trabalho dos trabalhadores privados.
O rito de votação entre um Projeto de Lei (PL) e uma PEC é diferente. De acordo com informações da Câmara dos Deputados, o quórum (presença mínima) para votar um projeto de lei ordinária é de maioria absoluta, ou seja, 257 deputados. Depois, a matéria segue para apreciação do Senado Federal.
No caso da PEC, para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em duas votações. O mesmo quórum é exigido quando passar pela votação dos senadores. Após a aprovação nas duas Casas Legislativas, a proposta é promulgada pelo Congresso Nacional.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.