Deputado do AM, Wilker Barreto vota contra lei que cria Delegacia de Combate à Corrupção

O vice de Amazonino Mendes é acusado de desviar recursos financeiros destinado a campanhas de candidatas à Câmara Municipal de Manaus (CMM). (Reprodução/Internet)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Parlamentar de oposição ao governo do Amazonas, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) votou contra a criação da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECCOR), aprovada nesta quinta-feira, 13, pela maioria dos votos dos deputados na Assembleia Legislativa do Estado (ALE/AM).

A criação da delegacia é uma diretriz do Ministério da Justiça e Segurança Pública para todo o Brasil. Se não fosse aprovada, o Amazonas perderia pelo menos R$ 1,6 milhão em recursos do repasse do Fundo Nacional de Segurança Pública para o funcionamento da delegacia.

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Em sua argumentação eivada de críticas políticas, Barreto usou uma lógica que foge a realidade de uma sociedade que pede cada vez mais, leis e ações que endureçam o jogo contra corruptos e corruptores. “Não vou criar uma delegacia anticorrupção que não vai investigar o próprio governo”, alegou o oposicionista, sem dar muitos detalhes de seu posicionamento.

Sem apresentar qualquer documento ou prova, o deputado alegou que a criação da delegacia pode não surtir efeito no Amazonas, porque suspeita na intervenção do governo. “A base governista não considera uma emenda que dê garantias de mandato para o futuro delegado da Deccor, para que o mesmo tenha autonomia”, disse.

Histórico polêmico

Em meio a críticas de uma delegacia que pretende combater a corrupção, deputados e colegas de Wilker lembraram, nos bastidores, que ele foi alvo do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por suspeitas de fazer uso errado do dinheiro público.

Quando presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), no período de 2017 a 2018, Barreto foi denunciado por contratar por R$16 mil, o próprio sogro – Raimundo Fábio Moreira da Silva, para diretor de engenharia do legislativo municipal em uma clara prática de nepotismo.

Ainda na presidência da CMM em 2017, Wilker Barreto fez piada com provas levantadas por agentes da Polícia Federal (PF) e por procuradores eleitorais do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador e aliado, José Melo (Pros).

A ação originou a operação “Maus Caminhos”, que desarticulou uma organização criminosas que desviou mais de R$ 200 milhões da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e que nunca foi elogiada nos discursos de Wilker Barreto.

Campeão de gastos

Pertence também ao deputado, a cifra mais vultosa de gastos com recursos da Assembleia Legislativa do Amazonas no período inicial da pandemia. Wilker Barreto foi campeão de gastos com R$ 98.032,87.

O dinheiro que poderia muito bem ser redirecionado às campanhas de combate à Covid – 19, foi gasto com “auxílio saúde” e “festividades e eventos”.

A delegacia

Para tornar o combate à corrupção uma medida escalonada, o ex-ministro da justiça Sérgio Moro incentivou a criação de delegacias especializadas em crimes de corrupção.

Com esse propósito, definiu-se, em julho, que um dos critérios objetivos para repasse de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) aos Estados, seria a criação e o funcionamento de delegacias de Polícia Civil dedicadas exclusivamente ao combate a corrupção.

Por meio do incentivo do Ministério da Justiça, em cinco meses, foram criadas 29 unidades em 18 Estados: Acre, Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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