Deputados de Roraima decidem manter prisão de Jalser Renier por sequestro de jornalista

O deputado estadual de Roraima Jalser Renier (Divulgação)

Com informações da assessoria

BOA VISTA (RR) – Em sessão extraordinária nessa segunda-feira, 4, os deputados estaduais de Roraima decidiram em votação aberta, por 17 votos favoráveis e nenhum contrário, manter a prisão do deputado Jalser Renier (SD). O parlamentar é suspeito de envolvimento no sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, em outubro de 2020.

Antes da votação, o relator do caso na Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final (CCJ), deputado Coronel Chagas (PRTB), apresentou o relatório com base nos autos do Ministério Público e Tribunal de Justiça de Roraima. Por mais de uma hora, ele destacou os indícios de participação de Jalser Renier e policiais militares no sequestro do jornalista.

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Compareceram à sessão extraordinária e votaram por manter Jalser Renier preso, os deputados Angela Águida Portella (PP), Aurelina Medeiros (Pode), Catarina Guerra (SD), Chico Mozart (Cidadania), Coronel Chagas (PRTB), Eder Lourinho (PTC), Evangelista Siqueira (PT), Gabriel Picanço (Republicanos), Jeferson Alves (PTB), Jorge Everton (sem partido), Marcelo Cabral (sem partido), Neto Loureiro (PMB), Nilton Sindpol (Patri), Renan (Republicanos), Renato Silva (Pros), Soldado Sampaio (PCdoB) e Tayla Peres (PRTB).

Os deputados Betânia Almeida (PV), Dhiego Coelho (PTC), Jânio Xingu (PSB), Lenir Rodrigues (Cidadania), Odilon Filho (Patri) e Yonny Pedroso (SD) não compareceram à sessão.

Um dos pontos apresentados pelo relator na tribuna foi sobre imunidade parlamentar, que não se aplica a crimes inafiançáveis e flagrante delito. “Cabe salientar que esta é uma prerrogativa e não um privilégio”, disse.

Chagas destacou ainda que no inquérito consta o envolvimento de servidores que eram lotados na Assembleia Legislativa na época em que Jalser Renier era presidente do Parlamento. Os policiais militares faziam a segurança do parlamentar e teriam praticado o crime em represália às declarações e denúncias de Romano dos Anjos em um programa de televisão.

“Não pode haver missão mais difícil que é relatar matéria dessa gravidade contra um parlamentar que convive com a gente, ainda mais difícil envolvendo policiais da corporação da qual eu sou integrante”, afirmou o relator. “Mas o que encontramos nos autos, firma a convicção de que todos os pressupostos e requisitos funcionais para a prisão do deputado Jalser estão presentes”, concluiu.

Após Jalser Renier abrir mão da defesa, a CCJ nomeou como seu defensor ad hoc o procurador jurídico e servidor efetivo Walker Sales, que ressaltou não haver indícios suficientes nas acusações apresentadas pelo Ministério Público que demonstrem o envolvimento do parlamentar. Segundo ele, Renier não apresenta risco à sociedade e possui endereço e emprego fixos.

Relembre o Caso

O apresentador Romano dos Anjos foi sequestrado na noite do dia 26 de outubro de 2020 e encontrado na manhã do dia 27 com os braços quebrados e amarrados. Os suspeitos invadiram a casa do apresentador e abordaram o jornalista e a esposa, Nattacha Vasconcelos, que também era apresentadora. Ele foi localizado com vida e em uma região de mata de Boa Vista, após um homem ter entrado em contato com a emissora onde o profissional trabalhava.

Segundo a diretora de jornalismo na época, Leiliane Matos, a esposa do apresentador contou que os suspeitos os abordaram com xingamentos direcionados ao casal e que portavam armas brancas. À época, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Roraima (Sinjoper) manifestaram indignação pelo caso e pediram empenho da Justiça e da polícia nas investigações.

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