Desemprego: 2021 encerrou com 13,9 milhões de pessoas à procura de trabalho

Mutirão de emprego em Carapicuiba, cidade da Grande São Paulo, leva centenas de pessoas a aguardarem, desde a madrugada, por uma oportunidade de trabalho dentre as 500 vagas oferecidas (Aloisio Mauricio / Agência O Globo)
Com informações do Infoglobo

RIO – A taxa média de desemprego caiu para 13,2% em 2021. É uma leve melhora em relação a registrada no primeiro ano da pandemia, quando a Covid forçou o fechamento do comércio e levou à paralisação de fábricas. Ainda assim, a taxa do ano passado é a segunda maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. No primeiro ano da pandemia, o índice foi de 13,8%.

O patamar pré-pandemia ainda não foi recuperado. O país fechou o ano com 13,9 milhões de pessoas na fila por um emprego, contingente que ficou estável frente ao ano anterior. Em 2019, a taxa anual de desemprego foi de 12%.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE.

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A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destaca que houve crescimento do número de trabalhadores com o avanço da vacinação, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação:

“É um ano de recuperação para alguns indicadores, mas não é o ano de superação das perdas, até porque a pandemia não acabou, e seus impactos, ainda em curso, afetam diversas atividades econômicas e o rendimento do trabalhador. Há um processo de recuperação, mas ainda estamos distantes dos patamares de antes da pandemia”, afirma a pesquisadora.

Ambulantes no Largo da Concórdia, Brás, na cidade de São Paulo Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Ambulantes no Largo da Concórdia, Brás, na cidade de São Paulo (Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo)

O avanço da ocupação no ano, porém, se deu principalmente em ocupações de baixo salário. O rendimento real (quando se desconta a inflação) chegou a R$ 2.587, uma retração de 7% frente ao de 2020. É menor salário de toda a série histórica da pesquisa que começou em 2012.

A massa de rendimento também caiu, registrando queda de 2,4% no período, ficando estimada em R$230,6 bilhões.

“Esse comportamento da massa de rendimento é explicado pela queda de rendimento médio real e pelo avanço do processo inflacionário. Embora a população ocupada tenha crescido, esse aumento não foi acompanhado pelo rendimento, ou seja, as pessoas que estão ocupadas no mercado de trabalho têm remunerações menores, em média”, explica Adriana Beringuy.

Perspectivas

Apesar da trajetória de queda do desemprego, economistas destacam que a recuperação do mercado de trabalho tem ocorrido, principalmente, em vagas informais, de baixa qualidade e menor rendimento.

Isso porque, diante da melhora da pandemia de Covid-19 e da reabertura da economia, parte da população que estava em situação de desalento ou fora do mercado de trabalho passou a procurar emprego, o que amplia a oferta de mão de obra em meio à atividade ainda fraca.

O cenário de inflação elevada, juros altos e alto nível de endividamento das famílias e empresas tem minado a retomada de empregos de forma sustentada.

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