Desemprego e pandemia faz jovens buscarem alistamento militar para garantir renda

Soldados perto de um jipe ​​militar próximo à cerca da fronteira com o sul da Faixa de Gaza. (Reuters/Amir Cohen)

Com informações da Folha de São Paulo

COREIA DO SUL – Trancado em casa e tendo aulas online, Kyle Choi, 20, decidiu onde iria viver durante a pandemia: nas Forças Armadas da Coreia do Sul. Choi, um estudante universitário em Seul, antecipou seus planos para cumprir o serviço militar obrigatório de 18 meses.

Como estudante de engenharia ambiental, ele temia que o ensino virtual não oferecesse experiências críticas para sua educação. Por isso, no fim de dezembro, ele se alistou voluntariamente no serviço militar nesta cidade na região central do país. “Você tem de ir, de qualquer jeito”, disse ele. “Dá na mesma ir agora.”

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Em todo o mundo, o número de alistamentos militares está aumentando, conforme jovens adultos buscam refúgio da pandemia que limitou as oportunidades de emprego, a vida social e a educação tradicional. O alistamento muitas vezes inclui vantagens como testes de saúde gratuitos, tratamentos e vacinas contra o vírus. O distanciamento social tornou algumas facetas da vida militar menos difíceis.

O Canadá teve um aumento de 37% nas inscrições para serviço militar nos últimos nove meses de 2020, em comparação com o ano anterior. No ano completo, a Austrália relatou um crescimento de 9,9% sobre 2019. O Reino Unido atingiu na última primavera sua meta anual de recrutamento pela primeira vez em sete anos e caminha para fazê-lo novamente neste ano, segundo uma porta-voz do governo.

O Exército dos Estados Unidos viu cerca de 92% de seu pessoal apto se realistar para o ano que terminou em setembro. No ano anterior foram 83%, disse uma porta-voz.

Essa dinâmica está se mostrando ainda mais firme em lugares onde o serviço militar é obrigatório. Cerca de um terço dos 191 países incluídos em um relatório feito em 2019 pelo Centro de Pesquisas Pew, sediado em Washington, tem recrutamento militar ativo.

Na Coreia do Sul, mais de 195 mil jovens enviaram inscrições para iniciar treinamento básico nos primeiros quatro meses de 2021, um aumento de 44% em relação ao ano anterior, segundo uma análise de números públicos feita pelo Wall Street Journal. É provavelmente o maior aumento anual desde que o governo começou a compilar o número de candidatos em 2008, disse um porta-voz do governo sul-coreano.

Em Israel, os jovens não têm opção sobre o alistamento, quase sempre prestando serviço depois do ensino secundário. Mas um número maior deles está pedindo para prolongar o período militar em vários meses, pois as ofertas de emprego no mundo civil diminuem devido à pandemia, segundo as Forças de Defesa Israelenses.

Os períodos de retração econômica historicamente provocaram mais pedidos de alistamento militar, tendência que traz benefícios à defesa nacional, disse Beth Asch, economista na Rand Corp., grupo de pensadores apartidário sediado em Santa Monica, na Califórnia. Com menos oportunidades de emprego em outros setores, o número de recrutas de melhor qualidade nos EUA aumentou durante tempos de desemprego elevado em recessões econômicas, segundo dados militares de 1984 a 2017.

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