Desintrusão da TI Kayapó causa prejuízo de R$ 12 milhões ao garimpo
Por: Cenarium*
14 de maio de 2025
BELÉM (PA) – Na segunda semana da Operação de Desintrusão da Terra Indígena Kayapó, no Pará, o governo federal intensificou as ações contra a atividade de garimpo ilegal. Entre os dias 5 e 11 de maio, os órgãos envolvidos na operação calcularam perdas estimadas em R$ 10,6 milhões para os responsáveis pelos garimpos. Com os resultados da semana anterior, os prejuízos acumulados superam R$ 12 milhões.
Durante as ações, foram destruídos equipamentos utilizados na extração ilegal de minério, como retroescavadeiras, balsas e dragas, além de estruturas de apoio, incluindo bares, depósitos, oficinas, alojamentos e estabelecimentos identificados como prostíbulos. As operações se concentraram em áreas consideradas prioritárias dentro da Terra Indígena Kayapó, entre elas os garimpos conhecidos como Rio Branco, Maria Bonita, Pista Branca, Cumaruzinho, Tarzan e Santili.

A operação é coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas, com participação de cerca de 20 órgãos federais, como Polícia Federal (PF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e Exército. O Censipam, ligado ao Ministério da Defesa, fornece apoio de inteligência e logístico. Aeronaves do Ibama são utilizadas para viabilizar o deslocamento das equipes e acesso a áreas remotas.
Segundo o governo, foi observada uma redução no número de garimpeiros nas regiões monitoradas. As ações seguem baseadas em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, que autoriza medidas de desintrusão em terras indígenas.