Desligamento de 13 usinas termelétricas deve reduzir emissão de CO² na atmosfera de Rondônia

Porto Velho é a terceira cidade do país que mais polui o ar com CO². (Kacper Pempel/Reprodução)
Iury Lima – Da Revista Cenarium

VILHENA (RO) – Um projeto entre o Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Energisa, concessionária que abastece Rondônia e mais 10 Estados, cobrindo 24% do território nacional, anuncia o desligamento de mais 9 usinas termelétricas, do total de 13 unidades apontadas como obsoletas. O plano é que todas elas estejam desativadas até 2022, diminuindo a emissão de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera em até 250 mil toneladas.

O programa de desligamento que está em curso foi iniciado no ano passado, sendo considerado o maior do Estado desde 2019. Com a desativação, a rede de subestações é ampliada, passando a fornecer energia limpa gerada pelas usinas hidrelétricas do Estado. Três usinas na região de Costa Marques, no Vale do Guaporé, a 714 quilômetros de Porto Velho, já foram desligadas, de acordo com a Energisa. Neste ano, outras nove devem ser substituídas, restando a última para 2022.

Juntas, as 13 termelétricas atendem a 95% dos clientes da distribuidora, em Rondônia. (Daiane Mendonça/Reprodução)

As usinas estão localizadas nos distritos e municípios de Machadinho do Oeste, São Francisco, Costa Marques, Campo Novo de Rondônia, União Bandeirantes, Nova Califórnia, Extrema, Boa Vista do Pacarana, Vista Alegre do Abunã e Buritis.

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Juntas, as 13 termelétricas atendem a 70 mil clientes da distribuidora, o equivalente a 95% do público atendido em Rondônia. Os outros 5% dos clientes estão em áreas muito isoladas do Estado, onde ainda não é possível fazer a substituição.

Desativação

De acordo com a empresa, onde uma termelétrica é desativada, um linhão de transmissão e uma subestação são construídos, que passam a operar de forma paralela à usina térmica até que as redes dos consumidores sejam totalmente transferidas para a nova estação de fornecimento.

As usinas térmicas são movidas à queima de combustíveis, o que resulta no lançamento de gases que fazem mal à saúde do homem e ao meio ambiente, como o CO². O projeto prevê que o desligamento das 13 unidades deve diminuir a emissão do dióxido de carbono em Rondônia em até 250 mil toneladas a partir de 2022. Além de energia limpa de fonte renovável, a tarifa deve chegar mais barata a casa do rondoniense. 

Emissões de CO²

Em março deste ano, o Observatório do Clima divulgou, pela primeira vez, um relatório apontando como cada cidade brasileira contribui para a crise climática, determinando os mil municípios (entre os 5.570) que mais lançam dióxido de carbono na atmosfera do planeta.

O destaque foi para a Amazônia Legal, que apresentou sete municípios entre os dez maiores emissores do principal gás causador do efeito estufa. Juntos, representaram 172 milhões de toneladas emitidas em 2018, último ano analisado no estudo.

Porto Velho é a terceira cidade do País que mais polui o ar com CO², responsável pela emissão de 22,4 milhões de toneladas, ficando atrás de São Félix do Xingu (PA), em 2º lugar, e de Altamira (PA), que lidera o ranking nacional.

Maiores emissores na Amazônia

CidadeEstadoEmissão de CO²
em toneladas/2018
São Félix do XinguPA29,7 milhões
AltamiraPA23,3 milhões
Porto VelhoRO22,4 milhões
PacajáPA15 milhões
ColnizaMT14,2 milhões
LábreaAM13,7 milhões
Novo RepartimentoPA12,2 milhões
Fonte: Observatório do Clima
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