Desmatamento na Amazônia brasileira bate recorde em janeiro, mostram dados do Inpe

Desmatamento recente no município de Apuí, no sul do Amazonas (11.set.2020 - Lalo de Almeida/Folhapress)

Com informações da Folha de S.Paulo

RIO DE JANEIRO – O desmatamento na Amazônia brasileira atingiu um novo recorde para janeiro já nas três primeiras semanas do ano, segundo dados do programa Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Cerca de 360 km² de floresta foram destruídos de 1º a 21 de janeiro, aponta o Deter, programa que tem o objetivo de auxiliar ações de fiscalização, mas que, pelo monitoramento constante, pode ser usado para observar tendências de desmatamento.

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Embora o registro pare em 21 de janeiro, a área desmatada até esse dia já é maior do que qualquer janeiro completo desde 2015, início do histórico recente do Deter.

O desmatamento da Amazônia em janeiro do ano passado foi de 83 km², quatro vezes menos do que o registrado nas três primeiras semanas de 2022.

Especialistas ambientais disseram que os dados podem indicar um risco elevado de que 2022 se torne outro ano devastador para a Amazônia, onde o desmatamento aumentou desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019.

“Um número tão alto em janeiro, que é o pico da estação chuvosa, certamente chama atenção e nos deixa extremamente preocupados”, disse à AFP Claudio Angelo, da ONG Observatório do Clima.

Em novembro, o Inpe anunciou que o desmatamento da Amazônia brasileira havia sido de 13.235 km2 entre agosto de 2020 e julho de 2021, maior valor desde 2006.

Foi o terceiro aumento anual consecutivo desde a chegada ao poder de Bolsonaro, que é alvo de críticas internacionais por ter enfraquecido as políticas de proteção à floresta e por defender abertamente a mineração e a exploração agrícola em áreas protegidas.

“Precisamos aguardar os próximos meses, mas o sinal não é nada bom”, acrescentou Angelo. O Observatório do Clima revelou na terça-feira que o Ibama gastou apenas 41% de seu orçamento em 2021.

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