Desmonte estrutural em órgãos de proteção ambiental da Amazônia vira alvo de investigação no MPF


08 de julho de 2020
Desmonte estrutural em órgãos de proteção ambiental da Amazônia vira alvo de investigação no MPF
O documento relata que a situação é agravada pela grande quantidade de processos de aposentadorias (Divulgação/Internet)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O desmonte estrutural no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), virou alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, que instaurou dois inquéritos civis na última segunda-feira, 6, sob assinatura da procuradora da República Ana Carolina Haliuc Bragança.

De acordo com a portaria nº 3 de 19 de junho sobre o ICMBio, o órgão ministerial considerou outro inquérito que apura a adequação das políticas públicas estaduais e federais de combate ao desmatamento e queimadas associadas o Estado do Amazonas, diante de notícias de aumento do número de focos de incêndio e de taxas de desmate em 2019.

“No Inquérito Civil (IC) foram juntados documentos que demonstram o desmonte estrutural promovido nos órgãos de gestão ambiental, notadamente o Ibama e o ICMbio, o que se reflete diretamente o aumento exponencial do desmatamento e das queimadas na Floresta Amazônica nos anos de 2019 e 2020”, diz a procuradora em trecho do documento.

Ana Carolina também cita a resposta do ICMBio sobre o enfraquecimento do quadro de servidores, que inviabilizou as ações do órgão no combate ao desmatamento. Segundo o Instituto Chico Mendes, atualmente 894 servidores estão lotados em unidades de conservação para gerir aproximadamente 172 mil km hectares de áreas federais protegidas.

O documento relata que a situação é agravada pela grande quantidade de processos de aposentadorias, que em curto prazo representam grande redução do quadro de pessoal. “Diante do exposto e frente ao quadro atual, pode-se concluir que não se tem o mínimo necessário de recursos humanos para resolver o passivo hoje existente e solucionar as questões prioritárias para a conservação da biodiversidade”, diz trecho da portaria.

“Em virtude do exposto, foi solicitado ao Ministério do Meio Ambiente tratativas junto ao então Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, atual Ministério da Economia, visando tratativas para a autorização da abertura de concurso público, de âmbito nacional, visando repor o déficit de pessoal existente no quadro de pessoal desta Autarquia”, explica a autarquia.

O pedido, no entanto, foi indeferido pela secretaria de Gestão de Pessoas do então Ministério do Planejamento. Com a negativa para prover os mais de 1.300 cargos vagos existentes nos quadros de pessoal, o instituto informou que está analisando a implementação de alternativas para a melhoria do desempenho institucional como a criação dos Núcleos de Gestão Integrada (NGI) e de outras unidades.

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