‘Desproporcional’ e ‘injusta’: veja o que disseram governadores da Amazônia sobre prisão de Bolsonaro


Por: Ana Pastana

22 de novembro de 2025
‘Desproporcional’ e ‘injusta’: veja o que disseram governadores da Amazônia sobre prisão de Bolsonaro
O governador do Amazonas, Wilson Lima, e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (Diego Peres/Secom | Mayke Toscano/Secom-MT | Composição: Paulo Dutra/Cenarium)

MANAUS (AM) – Os governadores do Amazonas, Wilson Lima (União), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (União), usaram as redes sociais para se posicionar contra a prisão preventiva de Jair Messias Bolsonaro (PL), na manhã desse sábado, 22, pela Polícia Federal (PF), em Brasília (DF). Ambos são aliados do ex-presidente.

Por meio do X (antigo Twitter) e do Instagram, Wilson Lima afirmou que “é desproporcional e desnecessária” a prisão do ex-presidente. O governador do Amazonas defende, ainda, que a decisão deve ser revista.

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro é desproporcional e desnecessária. O Brasil precisa de equilíbrio, serenidade e pacificação. Que essa decisão seja revista o quanto antes“, escreveu Wilson Lima.

O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, também utilizou as mesmas redes sociais para se pronunciar a favor de Bolsonaro. Para o o chefe do Executivo estadual, a prisão é injusta e este sábado é “um dia triste para a democracia“.

Mauro Mendes declarou também que o ex-presidente “é um grande líder de milhões de brasileiros que se cansaram da velha política, da corrupção, do aumento da violência, da impunidade e de tantas outras mazelas da política brasileira“.

Prisão de Bolsonaro

A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-presidente na reta final do processo da trama golpista. Bolsonaro estava em regime domiciliar desde 4 de agosto e foi levado pela PF após a decretação da prisão preventiva, sob justificativa de garantia da ordem pública. Uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, para a noite deste sábado, motivou a decisão.

A PF cumpriu mandado de prisão preventiva por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, que citou risco de fuga para embaixada dos EUA e violação de tornozeleira na madrugada. O ministro determinou ainda que não houvesse uso de algemas nem exposição midiática.

Moraes cita, como motivos para a decisão: vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, para a noite deste sábado, com objetivo de causar tumulto; comunicação, pelo Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal sobre a violação da tornozeleira eletrônica às 0h08min deste sábado; a possibilidade de tentativa de fuga para alguma das embaixadas próxima à residência do réu; e a reiterada conduta de evasão do território nacional praticada por corréu, aliada política e familiar.

Trecho da decisão de Moraes (Reprodução/STF)

A PF chegou à casa de Bolsonaro por volta das 6h, em comboio com ao menos cinco carros. O ex-presidente foi levado cerca de 20 minutos depois à Superintendência da PF, onde ficará preso em um espaço com cama, banheiro privativo e uma mesa.

Jair Bolsonaro (Foto: Ton Molina/STF)

Veja a decisão na íntegra:

O que diz a defesa

A defesa de Bolsonaro divulgou uma nota à imprensa, na qual classificou como “perplexa e desproporcional” a decretação da prisão preventiva. Segundo os advogados, a decisão está baseada em uma interpretação equivocada dos fatos, especialmente por vincular a medida a uma vigília de orações, o que, conforme a defesa, está protegido pela Constituição Federal como exercício legítimo da liberdade religiosa.

Na nota, os advogados destacam que a Constituição de 1988 assegura o direito de reunião pacífica e o livre exercício de cultos religiosos. A defesa também contesta o argumento de “gravíssimos indícios de eventual fuga”, ressaltando que Bolsonaro foi encontrado em sua residência, já sob monitoramento por tornozeleira eletrônica e permanente acompanhamento das autoridades.

Outro ponto enfatizado pelos advogados diz respeito ao estado de saúde do ex-presidente, considerado delicado. De acordo com a defesa, a prisão preventiva pode agravar o quadro clínico e representar risco à a integridade física.

Veja a nota na íntegra:

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações.

A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais.

Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Pedido negado

Após a determinação da prisão preventiva de Bolsonaro, Alexandre de Moraes pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do ex-presidente. Ele também negou pedidos de visitas ao ex-presidente que tinham sido feitos nos últimos dias. Na sexta-feira, 21, os advogados do ex-presidente pediram que ele fosse mantido em prisão domiciliar, às vésperas do fim do processo da trama golpista na corte.

Leia mais: Entenda o que levou à prisão preventiva de Bolsonaro pela Polícia Federal

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