Desvalorização do real supera até a da moeda de Mianmar, que vive golpe de Estado

Situação fiscal complicada do Brasil, os juros muito baixos e a ingerência de Bolsonaro na Petrobrás estão por trás da forte piora (Reprodução/Internet)

Com informações do O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO – A disparada do dólar no Brasil fez o real ter um dos piores desempenhos no mundo este ano, superando até a divisa de Mianmar, país que passou por um golpe de Estado neste começo de 2021, conforme mostram números de quase 150 ativos monitorados pela gestora Armor Capital.

Só duas moedas têm números piores que o real em 2021: a de Cuba e a da Líbia, mas foram reflexos de decisões de desvalorização deliberadas de seus próprios governos. Por isso, o dinar líbio cai 70% ante o dólar em 2021 e o peso cubano recua 95%, após o primeiro movimento do tipo na moeda do país do Caribe desde a revolução nos anos de 1950.

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A situação fiscal complicada do Brasil, os juros muito baixos, com taxas reais negativas, e o episódio de ingerência de Jair Bolsonaro na Petrobrás estão por trás da forte piora do dólar no mercado doméstico este ano, de acordo com economistas.

Intervenções

Para tentar segurar as cotações do câmbio, o Banco Central tem feito uma série de intervenções no mercado desde o episódio da Petrobrás. Só na semana passada, foram injetados US$ 4 bilhões, entre venda de moeda e leilões de swap. No ano, já foram US$ 10,2 bilhões, metade de dólar à vista e a outra metade de swap cambial – que é uma espécie de venda da moeda americana no mercado futuro. Mesmo assim, o dólar acumula alta de cerca de 10% ante o real no ano até a última sexta-feira.

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