Dia da Prevenção de Acidentes de Trabalho: segurança e condições mais dignas são lutas principais

Trabalhador sendo socorrido, após um acidente de trabalho (Reprodução/Internet)

Priscilla Peixoto e Victória Sales – Da Cenarium

MANAUS – Dia 27 de julho é conhecido como o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho. A data marca a luta dos trabalhadores por mais segurança e condições mais dignas no ambiente de trabalho. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado em abril deste ano, de 2012 a 2020, 21.467 trabalhadores sofreram acidentes fatais no Brasil, marcando um índice de mortalidade de 6 óbitos a cada 100 mil vínculos de emprego no mercado de trabalho formal.

Segundo o bombeiro hidráulico, Reney Batista, afirma que por conta de um acidente de trabalho precisou ficar cerca de 10 dias em casa. “Eu estava na empresa carregando alguns sacos de milho no contêiner e quando ele foi colocar o saco no caminhão, um ferro caiu na minha cabeça, acabou machucando meu braço, meu tornozelo, pois fui tentar segurar o ferro, e de lá tive que ir para o hospital e fiquei afastado por quase 10 dias”, explicou.

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Trabalhador sendo socorrido, após um acidente de trabalho (Walter Pereira/Tribuna do Interior)

Reney explica ainda que já conheceu outras pessoas que haviam se acidentado, mas que isso nunca tinha passado pela cabeça que aconteceria com ele. “Na hora que aconteceu eu só pensava na minha família, e como eu ia conseguir trabalhar depois de ficar machucado, sabendo que minha família precisa de mim, mas ainda bem que não fiquei muito tempo em casa. A gente gostaria de ter uma atenção maior em relação a isso, que as empresas pudessem dar condições mais dignas para gente conseguir trabalhar sem se machucar, ou sem precisar perder alguém”, destacou.

Esses números fazem do Brasil a ocupar o 2ª lugar no pódio dos países do G-20 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México, Rússia, Turquia e União Europeia) em mortalidade no trabalho, ficando atrás apenas do México que ocupa o 1ª lugar com 8 mortes no mesmo período analisado.

Números

Segundo o levantamento, nesse mesmo período de 2012 a 2020, foram registrados 5,6 milhões de doenças e acidentes do trabalho no Brasil. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi monitorado aproximadamente 38 milhões de empregados formais no final de 2018, e chegaram a um total de 15 mil casos de acidentes de trabalho para cada milhão de empregados. No Brasil, um trabalhador sofre acidente de trabalho por minuto.

Em um artigo publicado pela Fiocruz, em 2019, as principais lesões em acidentes de trabalho estão: cortes, 734 casos; fraturas, com 610 mil casos; esmagamento, com 547 mil casos; torção, com 321 mil. Para as parte do corpo mais atingidas, foram possíveis identificar: dedos, com 833 mil incidentes; pés, com 273 mil; mãos, com 254 mil; joelho, com 180 mil; e tornozelo com 135 mil casos.

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