Dia da Terra alerta para ‘tripla crise planetária’ com perda da biodiversidade

(Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS — O Dia Internacional da Terra, celebrado nesta sexta-feira, 22, para promover a luta em defesa do meio ambiente, alerta para uma tripla crise planetária enfrentada pela natureza, segundo a mensagem deixada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. Para ele, o mundo deve fazer o que for necessário para proteger o planeta da destruição.

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“É uma chance de refletir sobre como a humanidade vem tratando nosso planeta. A verdade é que temos sido maus guardiões de nosso frágil lar. Hoje, a Terra está enfrentando a tríplice crise planetária: distúrbio climático; perdas da natureza e biodiversidade; e poluição e desperdício. Essa tripla crise está ameaçando o bem-estar e a sobrevivência de milhões de pessoas em todo o mundo”, pontuou Guterres, em um vídeo institucional compartilhado pela ONU nas redes sociais.

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O secretário afirma que os alicerces de uma vida feliz e saudável, água limpa, ar fresco, clima estável e previsível, estão em desordem, colocando em risco os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa firmada entre 193 Estados membros da ONU, incluindo o Brasil, que se comprometeram em adotar a Agenda Pós-2015, considerada uma das mais ambiciosas da história da diplomacia internacional.

Entre os objetivos do plano de ação global, estão a erradicação da pobreza extrema e da fome, a proteção do meio ambiente e do clima e a garantia de educação de qualidade às pessoas, redução das desigualdades, acesso à água potável e saneamento básico, a promoção da paz e de prosperidade, e de sociedades pacíficas e inclusivas até 2030.

“Ainda há esperança. Cinquenta anos atrás, o mundo se uniu para a Conferência de Estocolmo. Foi o início do movimento global. Desde então, vimos o que é possível quando agimos como um. Escolhemos o buraco na camada de ozônio, expandimos as proteções para a vida selvagem e os ecossistemas, acabamos com o uso de combustível com chumbo, evitando milhões de mortes prematuras e, no mês passado, lançamos um esforço global histórico para prevenir e acabar com a poluição plástica”, salientou António Guterres.

Para evitar uma catástrofe climática, o secretário-geral da ONU reforça ser preciso fazer muito mais e que o mundo deve limitar o aumento da temperatura global a 1,5º. Além disso, segundo Guterres, os governantes devem reduzir as emissões em 45% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

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“Os principais emissores devem cortar drasticamente as emissões a partir deste ano. Isso significa acelerar o fim do nosso vício em combustíveis fósseis e acelerar a introdução de energia limpa e renovável. Ao mesmo tempo, devemos investir rapidamente em adaptação e resiliência, nomeadamente para os mais pobres e vulneráveis que menos contribuíram para a crise”, pontuou.

‘É preciso mudar’

Para o ambientalista mestre em Ecologia Carlos Durigan, a natureza sofre intensamente com os impactos gerados pelo modo de viver e produzir do homem e o alerta para uma crise climática em escala global, já vivenciado pelo planeta, tem sido dado insistentemente.

“O alerta tem sido dado insistentemente e já vivemos uma crise climática em escala global. Essas mudanças, como sabemos bem, têm relação direta com a queima de combustíveis fósseis, a degradação e o desmatamento. Daí tantos compromissos assumidos para amenizar esta crise. Infelizmente, muita gente ainda não se deu conta da gravidade do momento”, lamentou Durigan.

À REVISTA CENARIUM, o especialista explicou que para mudar o cenário instalado com a crise climática global é preciso que os compromissos assumidos pelos países nas últimas conferências do clima sejam cumpridos.

“Precisamos, mais do que nunca, que os compromissos assumidos pelos países nas últimas conferências do clima se revertam em ações práticas e a sociedade deve se engajar e cobrar por ações efetivas na redução de emissões e na proteção de nossas florestas, que cumprem papel crucial na redução de carbono na atmosfera”, concluiu o ambientalista Carlos Durigan.

Dia da Terra

A mudança, para o Instituto Brasileiro de Conservação da Natureza (Ibracon), começa na própria casa. Em uma publicação nas redes sociais, o órgão destacou neste Dia da Terra que é preciso que as pessoas façam sua parte para defender a fauna e a flora.

“Neste Dia da Terra, lembremos que a natureza está em nosso próprio entorno a implorar por respeito e proteção. Façamos nossa parte para defender a fauna e a flora que dividem conosco esse planeta ímpar. E comecemos em nossas próprias casas”, comentou o Icracon, no Twitter, ao defender a proteção do gambá-de-orelha-branca, também conhecido como Sariguê.

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