Dia de Xangô: filhos explicam como é seguir o orixá


24 de junho de 2024
Dia de Xangô: filhos explicam como é seguir o orixá
Orixá Xangô (Imagem gerada em Inteligência Artificial (IA) por Wesley Santos/CENARIUM)
Carol Veras – Da Cenarium

MANAUS (AM) – Neste dia 24 de junho, comemora-se o dia de Xangô (Shango, em Yorùbá), orixá cultuado no Candomblé e na Umbanda. Este orixá representa a justiça e o equilíbrio, sendo associado ao elemento fogo, e suas forças se concentram nas pedreiras e montanhas. Devido ao sincretismo religioso presente na Umbanda, também é celebrado nesse dia o santo católico São João Batista.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Terapias Holísticas (Ibrath), os filhos de Xangô são conhecidos por sua personalidade forte e determinada. Além disso, herdam as características do elemento fogo e da justiça, sendo reconhecidos por sua coragem, carisma e grande capacidade de liderança.

Xangô é conhecido como orixá da justiça (Reprodução/Medium)

À CENARIUM, Carlos Vasconcelos afirmou que cultuar o orixá fez com que ele seguisse um propósito de vida. “Ser filho de Xangô não e fácil. Desde quando renasci para o orixá muitas coisas mudaram. Tudo eu posso mais, mas nem tudo me convém! É saber que sempre teremos que ser justos em nossos posicionamentos, e lutar por melhoria de vida social”, ressalta.

Vaconcelos continua: “O orixá representa o meu fio condutor. Ele que me dá força pra vencer em situações de injustiça onde temos que ter o cuidado com a vida. Xangô é alegria, é vitalidade, é o ser que emana bons fluidos. Mesmo nas dificuldades que o filho passe, ele nunca nos abandona”.

Carlos Vasconcelos (Reprodução/Redes Sociais)

A administradora da páginas Filhos do Rei Xangô no Instagram, Patita Lopes, também compartilha sua ligação com o orixá nas redes. “A ligação que passei a ter com meu orisà de forma espiritual foi um grande divisor de águas, foi no momento em que eu mais me vi sozinha, fraca, destruída e desequilibrada, tendo um mundo em minha frente pra reconstruir. Mesmo estando dessa forma, consegui enxergar os sinais que os meus reis traziam“, disse.

Ainda de acordo com Lopes, a fé proporcionou a ela novas experiências individuais e novas formas de enxergar o mundo. Posso te contar tudo o que acredito que nada vai mudar em você, se você não tiver suas próprias experiências. Orisà é isso”, completa.

Patita Lopes (Reprodução/Redes Sociais)

Yama Passos é mais uma filha de Xangô e ressalta à reportagem a representação do orixá no seu dia a dia. “Xangô pra mim é o fogo que mantém minha vida acesa. É meu tudo, minha existência, minha essência toda. Antes de ser consagrada a Xangô, eu já tinha nascido por Ele. Em diversos pontos da minha vida, refletindo hoje, eu vejo que tudo que eu vivi e vivo foi arquitetado a partir da energia dEle”, afirma.

Passos ressalta, ainda, que vê, em si, características da divindade da justiça. “Às vezes, eu sou como o vulcão que acumula tudo e explode, doa a quem doer, e isso eu tento ver como Xangô lidou com isso e trago pra minha própria rotina“, destaca.

Yama Passos (Reprodução/Arquivo Pessoal)
Homenagens artísticas

MC Carol é uma artista, filha do orixá. Em um trecho da música em colaboração com a cantora Iza, a funkeira aparece no clipe segurando o machado de Xangô. “Eu quero tudo e mais um pouco, Eu quero um futuro ambicioso. Nem todo artista é louco, meu drama ainda é pouco. Vem com processo que eu vou com trabalho Filha da ****, quer dinheiro fácil. Meu advogado ‘tá’ em cima da pedra, Xangô te olhando de cima pra baixo”, diz.

MC Carol segurando objeto que representa a arma de Xangô (Reprodução/Redes Sociais)

Em 2019, a escola de samba Salgueiro realizou um tributo ao orixá no carnaval. O enredo recontou, na Sapucaí, a história dessa divindade, destacando-a como símbolo de religiões e da imparcialidade.

Aproveitando essa associação, a escola da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ) também abordou a temática da Justiça no Brasil ao final do desfile. “Vai trovejar! Abram caminhos pro grande Obá. É força, é poder, o Aláàfin de Oyó Oba Ko so! Ao rei maior é pedra quando a justiça pesa”, conta o samba em homenagem ao orixá da justiça.

Alegoria do desfile das escolas de samba de 2019 (Reprodução/Redes Sociais)
Sobre o Orixá

Etimologicamente, Xangô é uma palavra de origem iorubá. O sufixo “Xa” significa “senhor”; “angô” (AG + NO = “fogo oculto”) e “Gô” pode ser traduzido como “raio” ou “alma”. Assim, “Xangô” significaria “senhor do fogo oculto”. De acordo com a lenda, Xangô era o rei de Òyó, região que hoje é a Nigéria. Xangô é símbolo do rei Deus em Benin.

Ele é conhecido por praticar uma justiça dura, justa e cega, comparável a uma rocha, outro elemento que o representa. Xangô é o deus do raio e do trovão. Diferentemente de Ogum (deus dos ferreiros), que emprega o fogo artificial, Xangô manipula o fogo em estado selvagem, aquele que os homens não sabem utilizar. Ele é um orixá temido e respeitado, viril e violento, mas justo. Diz-se que Xangô castiga os mentirosos, ladrões e malfeitores.

Representação de Xangô (Reprodução/Pinterest)
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Editado por Adrisa De Góes

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