Dia do Patrimônio Histórico: conheça obras arquitetônicas de Manaus

Teatro Amazonas, um patrimônio ícone de Manaus (Ricardo Oliveira/Cenarium)
Priscilla Peixoto – Da Cenarium

MANAUS (AM) –  No Dia Nacional do Patrimônio Histórico, celebrado nesta terça-feira, 17, veja alguns dos monumentos que compõem a beleza arquitetônica da capital amazonense. Um dos mais famosos, o imponente Teatro Amazonas, é um exemplo clássico, constituído em colunas com base de mármore, carrara e espelhos trazidos da Itália e da França, além de pinturas consideradas “joias da arte”.

Com mais de 30 lustres de vidro Murano, piso com desenho geométrico formado por 12 mil peças de madeira encaixadas, a cúpula é composta de 36 mil escamas de cerâmica esmaltada e possui telhas vitrificadas, o salão de espetáculos tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e três pavimentos de camarotes. Estes são apenas alguns detalhes do teatro mundialmente conhecido e admirado pela imponência e importância arquitetônica que possui.

O salão de espetáculos do Teatro Amazonas tem capacidade para 701 pessoas (Reprodução/Secretaria de Cultura do Amazonas)

Na leitura do historiador Otoni Mesquita, a data e discussões sobre os patrimônios são elementos fundamentais para que o povo saiba sobre sua própria identidade. “É importante ter essa data, é uma elemento que precisa estar inserido, inclusive, no processo educacional para que as pessoas tenham mais leituras em relação a estes espaços e suas manifestações”, comenta o historiador.

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A maioria dos pontos históricos de Manaus estão localizados no Centro da cidade, tanto na avenida Eduardo Ribeiro quanto na Leonardo Malcher, são áreas que abrigam uma grande concentração de história materializadas em prédios únicos, que embelezam as ruas e se tornam “parada obrigatória” para turistas e até mesmo moradores locais que aproveitam para fazer um registro utilizando o cenário diferenciado.

Relógio Municipal

Com aproximadamente 5 metros de altura e informando as horas aos transeuntes do Centro de Manaus, o Relógio Municipal é patrimônio conhecido dos manauaras e foi instalado em 1929 na avenida Eduardo Ribeiro, bem próximo a também histórica Catedral de Nossa Senhora da Conceição. Registros dão conta de que a autor do projeto de um medidor de horas público teria sido o amazonense Coriolano Durand. O relógio possui uma engrenagem de origem suíça.

Relógio Municipal, situado na avenida Eduardo Ribeiro (Ricardo Oliveira/Cenarium)

Praça Heliodoro Balbi

Mais conhecida como Praça da Polícia, o lugar também situado no Centro da cidade, na avenida Sete de Setembro, ocupa uma área de 8.515 m², e costuma ser bastante movimentada, sendo frequentada, principalmente, por aqueles que trabalham nas lojas centrais e por jovens e alunos que estudam em unidades de ensino daquela região.

O nome Praça da Polícia se tornou popular por conta das constantes apresentações realizadas pela banda da Polícia Militar no local que, até o ano de 2004 abrigou no Palacete Provincial, o Comando-Geral da PM. Atualmente, o prédio é mais um espaço cultural da cidade. A região externa, continua sendo palco para eventos culturais em geral.

Praça Heliodoro Balbi, popularmente chamada de “Praça da Polícia” (Ricardo Oliveira/Cenarium)

Biblioteca Pública do Estado

Situada na rua Barrosa e esquina com a Sete de Setembro, Centro. O lugar de estudos, quase foi destruído por um incêndio em 1945, passou por uma reconstrução dois anos após o incidente. Em 1985, recebeu uma reforma parcial e somente em 2013 abriu de novo ao público.

Biblioteca Pública do Estado do Amazonas (Reprodução/ Secretaria de Cultura do Amazonas)

No local, muito mais que livros, é possível admirar pinturas e rostos esculpidos de figuras que representam as artes e as letras. Um dos elementos mais emblemáticos do lugar é um quadro que aborda a abolição da escravatura no Amazonas com dimensão de 6,65m x 3,65m. A obra é intitulada de ” A Redempção do Amazonas”, do artista Aurélio de Figueiredo.

Além disso, no local está disponível um acervo com mais 30 mil jornais, que datam até 1886 e uma variedade de quadrinhos infantojuvenis, e o Telecentro, onde o visitante pode usar a internet para estudos.

Adolpho Lisboa

Símbolo da comercialização de produtos regionais de Manaus, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, é mais uma herança da rica e bem-sucedida fase econômica do ciclo da borracha. Cheio de detalhes, o conhecido “mercadão”, foi inaugurado no ano de 1883, com influência de construções europeias apresentando uma arquitetura em estilo Art Nouveau.

O lugar recebe visitantes de todo o mundo, que podem encontrar uma infinita opção de variedades alimentícias e artesanais nos vários boxes divididos dentro do mercado. As cores, cheiros e sabores se misturam no local que apresentam gradis de ferro e os motivos florais, fazendo da patrimônio, um relevante exemplo de arquitetura de ferro.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa (Ricardo Oliveira/Cenarium)

Iphan

Estes são apenas alguns da extensa lista de monumentos históricos que contam por meio de suas estruturas o caminho trilhado ao longo do tempo. Inclusive, na página oficial do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é possível encontrar com detalhes informações sobre outros Monumentos e Espaços Públicos de Manaus Tombados como:

A Caixa d’água/Reservatório de Mocó, Praça Dom Pedro II, Academia Amazonense de Letras, Instituto Benjamin Constant, Centro de Artes Chaminé, Agência dos Correios e Telégrafos, Faculdade de Direito, Cemitério São João Batista e outros.

Em 2012, O Centro Histórico de Manaus foi tombado pelo Iphan. A área tombada compreende desde a orla do rio Negro ao entorno do Teatro Amazonas por manter tão “viva” os aspectos simbólicos e históricos. No último 27 de julho deste ano, o Diário Oficial da União publicou a homologação do tombamento.

“Do meu ponto de vista isso é fundamental para que a gente possa se distinguir e reconhecer nossos valores. Sem os patrimônios não temos uma ‘casca’ é como se faltasse algo para termos, de fato, uma identidade”, finaliza o historiador.

Sobre o dia

O dia 17 de agosto é dedicado ao Dia do Patrimônio desde 1998, ano do centenário do jornalista, escritor e primeiro presidente do Iphan, Rodrigo Melo Franco de Andrade. Figura que nasceu em Belo Horizonte, foi o idealizador da Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Além de escritor e jornalista, Rodrigo Andrade também era advogado e, em 1922, se tornou o principal agente responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil.

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