Dia Internacional da Língua Materna reforça a necessidade da diversidade linguística

Data criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para promover a diversidade linguística ao redor do mundo é lembrada nesta segunda-feira, 21

Com informações da assessoria

MANAUS (AM) – Preservar a particularidade linguística de cada indivíduo é fundamental para promover a diversidade e também a valorização de seus povos falantes. Na data em que é celebrado o Dia Internacional da Língua, a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) reforça também a importância de compreender a atual situação das línguas no cenário científico, econômico e cultural atual.

Essa necessidade foi tema de debates que ocorreram entre os dias 16 e 18 de fevereiro, durante a Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (Cilpe). Na ocasião, autoridades, acadêmicos e especialistas dos países ibero-americanos estiveram reunidos para analisar como as línguas portuguesa, espanhola e as línguas originais se apresentam, hoje, num cenário totalmente digital e em processo de transformação por conta dos adventos da Inteligência Artificial.

PUBLICIDADE

No caso do português e do espanhol, são línguas globais atualmente faladas por 850 milhões de pessoas no mundo, segundo dados do microsite Línguas em números. Estima-se que em 2050, serão 754 milhões de falantes de espanhol e 390 milhões de português. Mas, para que o espanhol e o português continuem a estar entre as línguas com maior expressão mundial, os países ibero-americanos precisam assumir um compromisso de investir em educação e na inclusão digital.

De acordo com pesquisadores que participaram da Cilpe, embora ocorra um crescimento importante de pesquisadores, nessas duas línguas, eles se deparam com um cenário adverso em que a hegemonia da língua inglesa acaba dominando todas as principais publicações buscadas pelos acadêmicos que procuram emergir na carreira.

O relatório “Portugués y español en la ciencia: apuntes para un conocimiento diverso y accesible”, elaborado pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), em colaboração com o Real Instituto Elcano, e apresentado durante a 2ª Cilpe, mostrou que a hegemonia dos grandes índices científicos comerciais prejudica o multilinguismo, com publicações, principalmente, em inglês.

O atual cenário preocupa a OEI e, por esta razão, durante a 2ª Cilpe, além de apresentarem os principais desafios para o plurilinguismo, traçaram um plano de trabalho para estabelecer ações concretas que sejam capazes de assegurar que os idiomas português e espanhol continuem sendo línguas globais no futuro.

Para o secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, o cenário da crise sanitária reforçou esse panorama e trouxe urgência à necessidade do debate para a era digital. “A pandemia impactou drasticamente o acesso ao sistema educacional e também gerou perdas de emprego e renda das famílias, além de reduzir o PIB de diversos países, e foi preciso acelerar a cultura digital. Estamos em meio a 4ª Revolução Industrial e é preciso olhar para trás, ver como evoluímos, e analisar de que forma podemos avançar ainda mais para disseminar o conhecimento e otimizar economias”, disse.

Com a temática principal: “Línguas, Cultura, Ciência e Inovação”, a 2ª Cilpe foi realizada entre os dias 16 e 18 de fevereiro de 2022, na capital do Brasil, Brasília, e reuniu os principais nomes entre, autoridades, pesquisadores e especialistas de países ibero-americanos. A 1ª Cilpe foi realizada em Portugal e a próxima ocorre ano que vem em Assunção, no Paraguai.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.