Dia Internacional do Orgulho LGBT marca luta e combate ao preconceito

Apesar das conquistas nos últimos anos, população LGBT ainda sofre com preconceito e violência. (Reprodução/Internet)

Gisele Coutinho – Da Revista Cenarium

MANAUS – Em pleno século 21 o preconceito ainda é muito presente no cotidiano da comunidade LGBTI+. A LGBTfobia é uma realidade e de acordo com um relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia, nos 100 primeiros dias de 2020 já foram registradas 102 mortes violetas de LGTs no Brasil, sendo 91 homicídios e 11 suicídios.

O dia 28 de junho, neste domingo, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBT. A data foi criada em homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade gay pelos seus direitos: a Rebelião de Stonewall. Em 1969, a data marcou a revolta da comunidade LGBT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares frequentados por homossexuais, que eram presos e sofriam represálias por parte das autoridades.

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A partir deste acontecimento foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais em diversas cidades norte-americanas.

E para auxiliar esse público, o Fundo Manaus Solidária fez a inclusão de 200 pessoas atendidas por grupos de LGBT nos cartões de vale-alimentação, doados pelo Grupo Avancard. Cada cartão está carregado com o valor de R$ 50, que pode ser utilizado na compra de gêneros alimentícios. O valor não pode ser gasto com bebidas alcoólicas.

Os vales-alimentação foram entregues, pela Prefeitura de Manaus para a Rede Nacional de Mulheres Travestis; Transexuais e Homens Trans vivendo e Convivendo com HIV/Aids – Seção Amazona; Associação de Desenvolvimento e Bem Estar Social do Amazonas (SOCEAMA); Orquídeas LGBT da Amazônia;

Além disso, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) entregou à entidade Casa Miga LGBT+, cestas básicas e máscaras de pano.

A Casa MIGA é a primeira casa de acolhimento da Região Norte, abrigando LGBTs brasileiros, refugiados e imigrantes, expulsos de casa e/ou em situação de vulnerabilidade social.

Por meio do acolhimento, a instituição busca mediar ações voltadas para educação em saúde em rodas de conversas e oficinas, além de cursos que agreguem conhecimento e fortaleçam essas pessoas durante esse momento difícil em sua vida.

Atualmente com 14 abrigados, sendo a capacidade total da casa de até 18 pessoas, além de moradia e alimentação, ao longo da estadia é prestado apoio biopsicossocial, formação profissional para poder, assim, garantir a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho e por consequência, proporcionar que elas possam seguir para uma nova etapa em suas vidas.

Para Lucas Brito, diretor da Casa MIGA, a data é marcada pela celebração à vida e, principalmente, o orgulho de ser quem é. “Reafirmamos a luta de décadas por direitos, por respeito, por oportunidades. Celebramos a revolta de Stonewall, mas não podemos esquecer de que toda luta LGBT desde a época da ditadura junto ao movimento feminista, ao movimento negro, que se uniram na busca de ter seus direitos reconhecidos”, disse.

Roda de Conversa com estudantes de psicologia, na Casa MIGA. (Reprodução/Internet)

Segundo Lucas, é importante falar sempre sobre o assunto para que os direitos sejam respeitados. “Precisamos falar sobre isso, sobre a violência e o preconceito. Precisamos dar oportunidades para que mulheres trans, homens trans, gays, lésbicas e bissexuais ocupem seu espaço na sociedade, no mercado de trabalho. Podemos e devemos para de negar que a LGBTfobia existe, a realidade está aí, precisamos assumir que algo está errado”.

Parada Gay e suas siglas

A primeira Parada do Orgulho Gay foi organizada em 1970 para lembrar e fortalecer o movimento de luta contra o preconceito. A Revolta de Stonewall é tida como o “marco zero” do movimento de igualdade civil dos homossexuais no século 20.

Umas das primeiras siglas a se tornar conhecida foi a GLS, que significa gays, lésbicas e simpatizantes. Criada em 1994, ela logo caiu em desuso, pois “simpatizantes” poderia designar qualquer pessoa, inclusive quem fosse hétero e apoiasse a causa, tirando o protagonismo da comunidade. A sigla passou, então, a ser GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros), até se tornar LGBT pela pressão feita por mulheres que sofriam desigualdade de gênero e invisibilidade dentro do movimento.

De alguns anos para cá, o Q e o + foram acrescentados para englobar também outras identidades de gênero, e a sigla LGBTQ+ se tornou a mais conhecida (e correta) para designar a comunidade. A sigla tem duas partes. A primeira, LGB se refere à orientação sexual do indivíduo, que pode ser: L: lésbica, mulher que se identifica como mulher e tem preferências sexuais por outras mulheres; G: gays, homens que se identificam como homem e têm preferências por outros homens; B: bissexuais, que têm preferências sexuais por ambos os gêneros.

A segunda parte, TQI+, diz respeito ao gênero: T: transexuais, travestis e transgêneros, que são pessoas que não se identificam com os gêneros masculino ou feminino atribuídos no nascimento com base nos órgãos sexuais; Q: questionando ou queer, palavra em inglês que significa “estranho” e, em alguns países, ainda é usado como termo pejorativo. É usado para representar as pessoas que não se identificam com padrões impostos pela sociedade e transitam entre os gêneros, sem concordar com tais rótulos, ou que não saibam definir seu gênero/orientação sexual.

Parada LGBT online

Para celebrar a data, será transmito várias debates onlines pelo Instagram @manifestalgbt.

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