Diante de incerteza econômica, especialista dá dicas para usar cartões de crédito com cuidado

Endividamento das famílias e desemprego bateram recorde em 2020 (Arte/Revista Cenarium)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – O primeiro ano da pandemia de Covid-19 no Brasil causou impactos na economia das famílias brasileiras. Em 2020, o endividamento das famílias e o desemprego bateram recorde. No atual cenário de aumento de casos de Covid-19 no país e novas medidas de restrição em vários Estados, somada à possibilidade de mais desempregados, uma especialista entrevistada pela REVISTA CENARIUM faz sete recomendações de como evitar se ‘afundar’ em dívidas no cartão de crédito, neste momento de incerteza econômica.

Segundo o Banco Central, em novembro do ano passado, o endividamento das famílias com os bancos atingiu 51% da renda acumulada nos doze meses anteriores, um recorde da série histórica, que começou em 2005. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que a taxa média anual de desemprego no Brasil foi de 13,5% em 2020, a maior já registrada desde o início da série histórica em 2012.

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A economista e vice-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Denise Kassama, indica que o cartão de crédito pode ser muito útil, mas deve ser utilizado com cuidados. “O cartão de crédito pode ser uma ótima ferramenta no gerenciamento das finanças pessoais. Entretanto, quando usado indevidamente, pode trazer muitos transtornos financeiros”, aconselhou a economista.

Kassama afirma ainda que “o termo crédito significa que você tem um limite para gastar, mas que deve ser pago em um momento futuro”.

Confira sete dicas para usar o cartão de crédito com cautela:

  1. Use somente o necessário. Não utilize o cartão como moeda para todas as compras da família, como supermercado e compras em geral, sob risco de ter uma fatura muito alta para pagar. Mantenha um controle do gasto de modo a sempre saber quanto pagará na próxima fatura.
  2. Conheça seu orçamento. Não existe milagres e o dinheiro não cai do céu. Então, saiba que a fatura do cartão precisa caber dentro de seu orçamento doméstico. Independente do limite de crédito, estipule um teto para gastos no cartão e respeite-o.
  3. Organizar. Organize o vencimento da fatura para uma data próxima ao seus recebimentos. Assim, garantirá o pagamento.
  4. Acompanhe a data de fechamento da fatura. Se você comprar após essa data, o valor só irá cair na fatura seguinte.
  5. Não empreste seu cartão nem para seu melhor amigo. Lembre-se: a fatura está no seu nome. Se ele não conseguir honrar o pagamento, será você que será responsabilizado.
  6. Não faça coleção de cartões. Fuja dos cartões de lojas. Lembre-se: quanto mais cartões, mais faturas para pagar. Um único cartão pode fazer o trabalho de vários.
  7. Não use o cartão para saques. Sempre há tarifas.
  8. Nunca deixe de pagar a fatura integral e nem pague o mínimo. Com os juros no patamar de 320% ao ano, não se pode brincar.

Denisse Kassama ressaltou, ainda, que se uma pessoa não possui cartão de crédito mas deseja solicitar, devem sim fazê-lo. “Para quem nunca teve cartão de crédito e pensa em ter um: pesquise. Hoje tem vária opções, inclusive sem anuidades”, destacou.

Em caso de ultrapassar o limite do cartão de crédito e ter dificuldades em pagar a fatura, o conselho é negociar imediatamente. “Em tempos atuais, todas as instituições possuem programa de renegociação, dividindo a dívida em parcelas que cabem no bolso, inclusive reduzindo parte dos juros. Mas não demore, quanto mais empurrar para a frente, maior será o montante total”, enfatizou a economista.

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