Dias Toffoli afirma que houve abusos na Lava Jato e STF teve que agir

Presidente do STF, Dias Toffoli, em Brasília 10/12/2019 REUTERS/Adriano Machado

Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA — O presidente do Supremo Tribunal de Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, afirmou durante coletiva de imprensa, nesta sexta-feira, 4, que houve abusos por parte dos investigadores da Lava Jato e salientou que a operação não existiria sem o STF.

Dias Toffoli ressaltou também a importância do STF na participação do combate à corrupção no país e afirmou que quem deu poderes de investigação ao MPF (Ministério Público Federal) foi o próprio Tribunal.

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“Temos que ter consciência de que temos que trabalhar com instituições, e não com pessoas, nem com instituições paralelas. Como advogado-geral da União, e também na Casa Civil, eu participei de várias iniciativas de combate à corrupção: lei de transparência, lei de lavagem de dinheiro, lei da colaboração premiada. Não existiria Lava Jato e combate à corrupção se não houvesse essas leis, e eu participei de todas elas. Quem deu poderes de investigação ao Ministério Público foi o STF. Não existiria Lava Jato se não fossem essas leis, das quais todas eu tive participação na elaboração. O que não se pode ter é abuso, escolher quem você vai investigar, deixar investigação na gaveta para que, conforme a pessoa alce um cargo, ela seja vazada para a imprensa, um vazamento com interesses políticos, e não institucionais por trás”, disse o ministro.

O ministro explicou ainda que as decisões do STF contrárias à Lava Jato se deram por conta de abusos ocorridos durante a operação: “houve ultrapassagem dos limites da Constituição e da legislação”, explicou Toffoli.

A entrevista foi concedida com função de informar à sociedade o balanço dos últimos dois anos de Toffoli à frente do Tribunal. No próximo dia 15 de setembro Dias Toffoli será substituído pelo ministro Luiz Fux que presidirá o STF até 2022.

Deltan deixa a Lava Jato após seis anos

Nesta semana o procurador Deltan Dallagnol, que chefiou a Força-Tarefa da Operação Lava Jato por seis anos, deixou o grupo.

Em nota, o MPF (Ministério Público Federal) confirmou a saída de Deltan Dallagnol do comando da força-tarefa na última terça-feira (1). Deltan deixou a operação para acompanhar um tratamento de saúde da filha. Com isso, o procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira assume a função como coordenador da força-tarefa. O período de transição será de 15 dias.

(*) Com informações da Reuters

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