Dilma diz que não vai furar fila para receber vacina: ‘A ordem de prioridade deve ser respeitada’

O ato simbólico de vacinação da petista ocorreria na próxima quinta-feira, 25, em Porto Alegre (RS), onde mora (Reprodução/ Brazil Journal)

Com informações UOL

SÃO PAULA – O convite feito pelo governador de São Paulo para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) participar de evento em defesa da vacinação contra a Covid-19 e receber a dose do imunizante foi recusado. Segundo a petista, a ordem de recebimento da primeira dose destinada aos grupos prioritários deve ser respeitada por todos os brasileiros.

Por meio de nota divulgada nessa quinta-feira, Dilma agradeceu o convite do tucano, mas disse que vai aguardar a ordem de recebimento das doses. O ato simbólico de vacinação da petista ocorreria na próxima segunda-feira, 25, em Porto Alegre (RS), onde mora.

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“Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta por razões éticas e de justiça. O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponíveis para que eu, agora, seja beneficiada”, escreveu. A petista, no entanto, disse que já está com o “braço estendido” para tomar o imunizante. “Aguardarei pacientemente a minha vez”, afirmou.

No comunicado, Dilma também falou sobre a importância do trabalho do SUS (Sistema Único de Saúde), do Instituto Butantan e da FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz) no desenvolvimento das vacinas contra o coronavírus. “Enalteço o trabalho dedicado dos epidemiologistas, biólogos, infectologistas, pesquisadores e servidores do sistema SUS, em especial da Fiocruz e do Butantan, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente”, afirmou.

Em dezembro, os ex-presidentes José Sarney (MDB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB) aceitaram convite do governo de São Paulo para participar da campanha de vacinação contra a covid-19 no Estado. Até o momento, no entanto, não há data confirmada para o ato simbólico.

Veja nota na íntegra:

“Recebi o convite do governador de São Paulo para ser vacinada com a Coronavac no dia 25 de janeiro, em Porto Alegre. Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça. O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponíveis para que eu, agora, seja beneficiada. É inaceitável “furar a fila”, que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros.

Neste momento, considero imprescindível que sejam atendidos, de acordo com o Plano, primeiramente os trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente da luta contra a Covid19, além dos idosos que vivem em asilos e o grupo de idosos brasileiros mais expostos ao risco de adoecer gravemente ou morrer. Aguardarei pacientemente a minha vez e quero adiantar que já estou com o braço estendido para receber a Coronavac.

Faço questão de prestar tributo à contribuição do SUS, do Butantan e da Fiocruz, que são tão importantes e estratégicos para a saúde pública no Brasil e para o desenvolvimento das vacinas. Denuncio todos aqueles que, ao longo dos últimos anos, tentaram destruí-los, seja por restrição de recursos orçamentários, seja por visão preconceituosa, como ficou claro na saída dos médicos cubanos, seja por defender propostas privatistas.

Enalteço o trabalho dedicado dos epidemiologistas, biólogos, infectologistas, pesquisadores e servidores do sistema SUS, em especial da Fiocruz e do Butantan, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente. Estendo estas homenagens e agradecimentos a todos os que se dedicam a combater esta pandemia que, por desleixo e desumanidade do governo federal, já roubou a vida de mais de 210 mil pessoas e está matando brasileiros até mesmo por falta de oxigênio. Por fim, reconheço e saúdo a solidariedade e a atitude humanitária do governo chinês, que proporcionou a parceria entre o Estado São Paulo/Butantan e o laboratório Sinovac para a importação e a fabricação das vacinas em nosso País. É uma vitória da cooperação entre os povos e da ciência e uma derrota do negacionismo.”

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