Diretor citado em propina autorizou R$ 1,6 bilhão para Covaxin apesar de série de pendências


02 de julho de 2021
A exoneração de Roberto Dias do cargo de diretor do Departamento de Logística em Saúde foi publicada no Diário Oficial (Marcello Casal Jr/PR)
A exoneração de Roberto Dias do cargo de diretor do Departamento de Logística em Saúde foi publicada no Diário Oficial (Marcello Casal Jr/PR)

Com informações da Folha de São Paulo

BRASÍLIA – O diretor do Ministério da Saúde demitido após relato de que fez pedido de propina foi o responsável por aprovar e autorizar a reserva de R$ 1,61 bilhão para o pagamento pela vacina indiana Covaxin. Roberto Ferreira Dias destravou o dinheiro em 22 de fevereiro deste ano, em um momento em que faltavam documentos básicos para o negócio, como contrato e regularidade fiscal na Índia.

Dias ocupou o cargo de diretor do Departamento de Logística em Saúde desde o início do Governo Jair Bolsonaro (sem partido). Ele chegou à função em 8 de janeiro de 2019, por indicação atribuída ao deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. O congressista nega.

O representante de uma vendedora de vacinas afirmou em entrevista à Folha na última terça-feira (29) que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que Dias cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.

Dias foi exonerado do cargo. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (30).

Ele mesmo foi citado pelo servidor Luis Ricardo Miranda, chefe de importação no ministério, como um dos responsáveis pela pressão atípica para liberar a Covaxin.

Dias nega tanto ter pedido propina por vacinas quanto ter feito pressão indevida sobre o servidor da Saúde.

Irmão do servidor, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou à Folha que era Dias que dava as cartas dentro do ministério. “Nada ali acontece se o Roberto não quiser”, disse.

Leia matéria completa na Folha

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO