Diretor da Caixa encontrado morto em Brasília foi assessor de Pedro Guimarães, investigado por assédio sexual

(Arte: Mateus Moura)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um diretor da Caixa Econômica Federal, identificado como Sérgio Ricardo Faustino Batista, de 54 anos, foi encontrado morto na noite dessa terça-feira, 19, em Brasília. O corpo do servidor, que já trabalhou como consultor e foi um dos assessores estratégicos do ex-presidente do banco Pedro Guimarães, investigado por assédio sexual e moral, estava na área externa de uma das unidades da empresa na capital federal.

Segundo a Polícia Civil, o caso foi preliminarmente tipificado como suicídio “em razão da vítima ter sido encontrada já sem vida no lado externo do prédio sede da Caixa Econômica Federal”. Em nota, a empresa afirmou que está contribuindo com as autoridades e prestando apoio aos familiares e amigos do funcionário.

Veja também: Assédio sexual: governo federal tem uma denúncia por dia; foram 214 casos no primeiro semestre de 2022

“A Caixa manifesta profundo pesar pelo falecimento do empregado Sérgio Ricardo Faustino Batista. Nossos sinceros sentimentos aos amigos e familiares, aos quais estamos prestando total apoio e acolhimento. O banco contribui com as apurações para confirmar as causas do ocorrido”, afirmou a empresa.

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Funcionário de carreira da Caixa, onde entrou em 1989, o servidor era diretor de Controles Internos e Integridade (Decoi) desde março deste ano, três meses antes das denúncias contra Guimarães, que nega as acusações, virem à tona. A diretoria é responsável pelo recebimento de denúncias de qualquer tema, como as de violência sexual ou corrupção, por exemplo.

Nesta quarta-feira, 20, o blog da jornalista Andreia Sadi, do G1, noticiou que dirigentes da Caixa afirmaram que o celular de Batista está em posse da Polícia Civil para que os investigadores possam periciar se o aparelho contém, entre outras coisas, conversas do diretor com o ex-presidente Pedro Guimarães.

Assédio Sexual

Um dos nomes mais próximos de Bolsonaro, Pedro Guimarães era figura frequente nas lives semanais do presidente nas redes sociais. O ex-presidente passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por assédio sexual e moral após o site Metrópoles publicar relatos de cinco funcionárias da Caixa denunciando o caso.

Em julho deste ano, a REVISTA CENARIUM também publicou relatos de servidores da empresa que procuraram a Justiça para denunciar Guimarães. Nas ações, estão denúncias de assédio sexual e homofobia, que aconteciam quando o ex-presidente realizava visitas ao Amazonas.

Veja também: ‘Foi um pesadelo’; servidores da Caixa no AM denunciam ex-presidente Pedro Guimarães por assédio moral e homofobia em visitas ao Estado

Segundo os funcionários, durante viagens do interior amazonense, Pedro Guimarães apresentava comportamentos classificados como “intimidadores”. Nas ocasiões, os servidores afirmam que o ex-presidente fazia exigências “estranhas” e desferia comentários homofóbicos.

Ajuda

O Ministério da Saúde (MS) entende o suicídio como uma emergência médica, que precisa de uma intervenção imediata. A orientação da pasta é buscar o serviço de urgência e emergência para um primeiro atendimento e encaminhamento para profissional especializado.

Existem, inclusive, iniciativas em alguns Estados onde o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – 192 (Samu) possui equipes de saúde mental, como no Distrito Federal. A rede pública possui ainda os Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e serviços de ambulatório, em unidades básicas de saúde, que funcionam com equipes multidisciplinares para atender a população.

Na internet, é possível localizar em sites especializados com informações sobre prevenção ao suicídio. Além do site da campanha Setembro Amarelo, o Ministério da Saúde também possui cartilhas e orientações sobre os sinais de alerta e como buscar ajuda.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) também realiza apoio emocional e de prevenção do suicídio, e atende todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, chat e e-mail, 24 horas por dia, todos os dias da semana. A ligação para o CVV, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer telefone fixo ou celular.

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