Diretor da OMS defende direito ao aborto após vazamento de documento da Suprema Corte dos EUA

Diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra (Denis Balibouse / Reuters/28-2-2020)
Com informações do InfoGlobo

GENEBRA — O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, fez um apelo nesta quarta-feira, 4, a favor do direito ao aborto, dois dias após o vazamento do esboço de uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos favorável a revogação da Roe vs. Wade, de 1973, que legalizou em todo o país possibilidade de um mulher interromper uma gravidez.

“Restringir o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos, apenas leva as mulheres e meninas a realizar procedimentos inseguros. O acesso ao aborto seguro salva-vidas”, escreveu Adhanom no Twitter, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.

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O documento interno foi divulgado pelo site Politico na segunda-feira e gerou uma onda de protestos. Na terça-feira, o presidente do tribunal, John Roberts, confirmou a autenticidade do documento e anunciou que ordenou uma investigação sobre o vazamento, classificando-o como “uma quebra de confiança única e escandalosa”. Roberts acrescentou que o documento — de autoria do juiz conservador Samuel Alito — não representa “a posição final de nenhum membro” da Casa.

Democratas nos estados, o governo federal e ativistas pró-aborto começaram a se mobilizar para tentar evitar a reversão da decisão judicial de 1973, algo que vem sendo impulsionado por republicanos e conservadores religiosos.

O presidente Joe Biden afirmou que os eleitores terão que eleger mais membros do Congresso que apoiem o direito ao aborto para que seja possível converter o caso Roe versus Wade em lei. El reforçou ainda ainda reforçou que a derrubada nacional do direito ao aborto pela Suprema Corte abriria a porta para mudar as decisões sobre uma “ampla gama” de questões que afetam a privacidade das mulheres.

“Toda uma série de direitos está em questão”, disse Biden a repórteres, alertando para uma “mudança fundamental” nas posições atualmente aceitas sobre casamento gay, ter filhos ou abortos e paternidade.

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