Diretor de Cultura de Belém é exonerado por tatuagem em palacete histórico


Por: Fabyo Cruz

23 de outubro de 2025
Diretor de Cultura de Belém é exonerado por tatuagem em palacete histórico
Anderson Reis foi exonerado nessa quarta-feira, 22 (Reprodução/Redes sociais)

BELÉM (PA) – O diretor da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult) de Belém, Anderson Reis, foi exonerado do cargo após publicar nas redes sociais um vídeo no qual aparece sendo tatuado dentro do Palacete Bolonha, edifício histórico tombado e símbolo da Belle Époque na capital paraense. A decisão foi anunciada pela Prefeitura de Belém e será oficializada na edição do Diário Oficial do Município (DOM) desta quarta-feira, 22.

O vídeo, divulgado pelo próprio servidor nessa terça-feira, 21, mostra o momento em que ele, sem camisa, é tatuado sentado em uma cadeira antiga que faz parte do mobiliário do museu-casa. A legenda da postagem diz: “Tatuei em um palacete histórico”. As imagens ganharam repercussão nas redes sociais e provocaram críticas de internautas e profissionais da área cultural, que apontaram desrespeito ao uso de um espaço público protegido por lei.

Diante da repercussão, a Prefeitura de Belém divulgou uma nota à imprensa informando que o prefeito Igor Normando (MDB) determinou a exoneração do servidor. No comunicado, a gestão municipal afirmou ter constatado “uso indevido das dependências e do mobiliário do Museu Casa Francisco Bolonha para fins pessoais” e declarou repudiar “qualquer conduta incompatível com o serviço público”.

Palacete Bolonha

O Palacete Bolonha, cenário do vídeo, foi construído no início do século XX pelo engenheiro e arquiteto Francisco Bolonha. O imóvel é considerado um dos principais marcos da chamada Belle Époque de Belém – período do ciclo da borracha em que a cidade viveu modernização acelerada e recebeu forte influência europeia na arquitetura e nas artes.

Palacete Bolonha, em Belém (Foto: Vitória Santos/Ascom Fumbel)

O prédio integra o Memorial dos Povos e é tombado como patrimônio histórico. Após anos de abandono, a estrutura passou por um processo completo de restauração, concluído e entregue à população em dezembro de 2020. Desde então, abriga exposições, atividades educativas e visitas guiadas, sendo uma das referências do turismo cultural na capital paraense.

A Semcult, responsável pela política cultural de Belém, informou que adotará medidas internas após o episódio. O órgão é encarregado da gestão de museus, centros culturais e eventos que valorizam a produção artística local, além de coordenar as ações relacionadas à preparação da cidade para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro deste ano.

Até a última atualização desta reportagem, o ex-diretor Anderson Reis não havia se manifestado publicamente sobre o caso.

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Editado por Jadson Lima

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