Do subconsciente ao sucesso: ressignificando bloqueios emocionais da infância
Por: Raphael Cortezão
23 de novembro de 2025Você já se perguntou por que, mesmo adulto, reage a certas situações como se tivesse voltado à infância? Às vezes é aquela procrastinação sem explicação, outras vezes é uma explosão impulsiva diante de um conflito ou, ainda, um desconforto quando o assunto é dinheiro e prosperidade.
A neurociência e a psicologia vêm mostrando que grande parte dessas reações nasce de memórias emocionais formadas ainda na infância, em especial quando vivemos experiências traumáticas ou emoções muito intensas, positivas ou negativas. Essas marcas ficam registradas em nosso subconsciente, moldando a forma como encaramos responsabilidades, nos comunicamos, lidamos com desafios e até como nos relacionamos com a abundância.
Joe Dispenza e outros estudiosos da mente apontam que nossos blocos emocionais são como atalhos automáticos do cérebro. Eles nos “protegem” repetindo padrões já conhecidos, mesmo quando esses padrões nos afastam dos resultados que buscamos. Daniel Goleman, ao falar sobre inteligência emocional, também destaca que reconhecer essas respostas automáticas é essencial para desenvolver equilíbrio e liderança.
Se, quando criança, você cresceu em um ambiente de cobrança exagerada, é provável que hoje encare responsabilidade como peso. Se viveu situações de escassez, pode sentir-se travado ao lidar com dinheiro, repetindo inconscientemente a relação negativa que aprendeu a ter com ele.
A boa notícia é que esses padrões podem ser ressignificados. A psicologia nos ensina que trazer consciência para os gatilhos é o primeiro passo para mudá-los. Quando um gestor entende que sua procrastinação não é preguiça, mas um mecanismo de fuga do cérebro diante do medo de errar, abre-se um espaço poderoso para transformar essa reação. A neurociência mostra que novos hábitos e crenças podem ser criados por meio da repetição consciente de novos pensamentos e ações. Isso significa que é possível reprogramar sua mente para assumir responsabilidades com leveza, comunicar-se com clareza e se relacionar com a prosperidade de forma saudável.
É claro que esse processo exige prática, autoconhecimento e, muitas vezes, apoio especializado. Mas cada pequena vitória conta. Trocar um pensamento limitante por um fortalecedor, encarar uma conversa difícil com calma em vez de fugir, organizar melhor suas finanças em vez de evitá-las — tudo isso são sinais de que os blocos emocionais estão sendo desmontados.
Empresários e gestores que buscam alta performance precisam entender que os maiores bloqueios não estão no mercado ou na equipe, mas muitas vezes em seus próprios padrões emocionais inconscientes. Dominar a si mesmo é o verdadeiro diferencial competitivo. Afinal, não há estratégia de negócios que supere um líder refém de suas próprias memórias. O caminho para prosperar começa dentro, na coragem de olhar para essas marcas do passado, ressignificá-las e transformá-las em combustível para o futuro.