Drag queen brasileira vence reality show americano produzido por Ru Paul

A drag queen brasileira Grégory Mohd, conhecida como Grag Queen (Reprodução)

Com informações do InfoGlobo

SÃO PAULO — Na noite de quinta-feira, 30, a drag brasileira Grégory Mohd — que usa o nome artístico de Grag Queen — se sagrou campeã da temporada de estreia de “Queen of The Universe”, o primeiro reality show de canto com drag queens no mundo. Com produção executiva de Ru Paul, o programa reuniu 14 candidatas de dez países para a grande final, diante um júri formado por Vanessa Williams, Michelle Visage, Trixie Mattel e Leona Lewis, que avaliaram afinação, carisma, look e maquiagem das candidatas.

Na final, Grag Queen interpretou o imortal tema natalino ‘Jingle Bell Rock’ e a canção ‘Rise Up’, da cantora americana Andra Day. O prêmio que ela levou foi de US$ 250 mil, o equivalente a R$ 1,4 mihão. As finalistas, junto com a brasileira, foram as norte-americanas Ada Vox e Aria B Cassadine.

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Ao ser anunciada como a Rainha do Universo, Grag (que tem dois milhões de seguidores no TikTok) se emocionou. “Estou tão realizada! Esse título é o símbolo da conquista de um grande sonho, tenho certeza de que minha família e meu País estão orgulhosos de mim. Não poderia deixar de mencionar a maravilhosa oportunidade de conhecer as drag queens mais talentosas e inspiradoras de todo o mundo ao longo dessa trajetória, parabéns a todas”, disse.

Natural de Canela, Rio Grande do Sul, Grag Queen começou a cantar na igreja evangélica, mas, como ainda desafinava um pouco, o pai músico não a apoiava na carreira artística. Então Grégory correu atrás e estudou com a ajuda de tutoriais na internet e, aos 18 anos começou a participar de musicais em sua cidade natal.

Mais difícil, porém, foi superar o preconceito.

“Eu nasci na igreja, já levei pedrada na escola, já fui expulso de duas. Eu consegui olhar no espelho e me sentir bonita, sentir que posso tudo, me sinto mutante. Ela me resgata essas possibilidades”, disse Grag Queen, em entrevista ao Globo.

Com o dinheiro que ganhou com cachês, a drag foi para Nova Iorque estudar mais: aprimorou o inglês e entrou em um conservatório da Broadway, com aulas de técnica vocal. Em 2018, ela começou a se montar. Criou ao lado de um amigo o projeto ‘Armário de saia’, em homenagem a drag queens. Com a decisão de seguir a carreira artística estabelecida, a família passou a apoiá-la.

“Quando decidi ser drag, vi que precisaria me esforçar 500% até para que eles entendessem. Agora, minha mãe recebe mensagens de outras mães de meninos gays dizendo que acham linda nossa relação e como isso as ajudou a se abrirem e acolherem os filhos”, disse ela ao Globo. “Eu penso sempre em mim, aquela bichinha aqui de Canela, 30 mil habitantes. Quando no mundo que ela ia imaginar que poderia concorrer ao título de Rainha do Universo?”

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