Durante encontro nos EUA, Bolsonaro afirma: ‘Podemos até viver sem oxigênio, mas jamais sem liberdade’

Agenda de eventos do presidente em Orlando foi estendida (Reprodução/Internet)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com uma narrativa carregada de bordões decorados de ideologia conservadora, o presidente Jair Bolsonaro (PL) citou novamente, em discurso na Igreja Evangélica Lagoinha, em Orlando (EUA), a falta de oxigênio gerada por complicações da Covid-19, que ceifou a vida de mais de 600 mil brasileiros.

Veja vídeo:

Bolsonaro discursa em igreja evangélica nos Estados Unidos (Reprodução/TV Brasil)

Somos pessoas normais, podemos até viver sem oxigênio, mas jamais sem a liberdade“, disse ele à plateia de brasileiros evangélicos e apoiadores. O presidente tem histórico de citar a falta de ar de pessoas afetadas pela Covid-19. Durante live, em março de 2021, Bolsonaro imitou uma pessoa com falta de ar e criticou o ex-ministro da Saúde do governo, Luiz Henrique Mandetta.

Leia também: Em live, Bolsonaro volta a simular falta de ar para defender uso de cloroquina

À época da publicação do vídeo, no dia 19 de março, Manaus ainda se recuperava da segunda onda e da crise de oxigênio que atingiu hospitais públicos e privados no dia 14 de janeiro. De acordo com informações da época, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) registrava 2.205 pacientes internados, entre casos suspeitos e confirmados para Covid-19.

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Além disso, mais de 60 pessoas morreram em todo o Estado do Amazonas, em decorrência da falta do insumo, e outros 500 pacientes precisaram ser transferidos às pressas para hospitais em outros Estados da federação com apoio de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

Em seu discurso, Bolsonaro também fez menção à compra de vacinas, que chegou a ser alvo de investigações na CPI da Pandemia realizada neste ano. “Compramos as vacinas para quem quis e não obriguei que ninguém as tomasse, isso se chama liberdade. Nós devemos decidir nosso futuro, cada um de sua forma. A liberdade que nós temos termina apenas onde começa a do outro”, disse.

Trecho da live onde Bolsonaro imita uma pessoa com falta de ar, publicada em março de 2021 (Reprodução/UOL)

Leia mais: Negacionismo que mata: Manaus completa um ano da crise de oxigênio

Jair Bolsonaro ainda lembrou da reunião que teve na sexta-feira, 10, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e citou o bom relacionamento com seu antecessor, Donald Trump. “As políticas são e têm que ser duradouras. O povo sempre decide, eleições limpas, confiáveis e transparentes é o que queremos no nosso Brasil”, afirmou.

Entendo que vocês, hoje, já conhecem o que é política de verdade no Brasil. Sei da minha responsabilidade, dos desafios e da missão que Deus botou para que eu cumprisse. É aquela passagem que diz ‘nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte eterna“, finalizou ele “abençoando” os EUA e o Brasil.

Bolsonaro esteve em reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Cúpula das Américas, em Orlando (Reprodução/Internet)

A comitiva do presidente foi aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas e acabou se estendendo para a inauguração do vice-consulado do Brasil, motociata e a reunião na igreja evangélica.

A viagem está sendo chamada, nas redes sociais, de “Mamata da Disney” e contou, inclusive, com a presença de Daniel Silveira em sua comitiva, condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a presença do foragido do STF, Allan dos Santos, que participou da tradicional motociata realizada na manhã deste sábado, 11.

Além deles, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e Eduardo Bolsonaro também estiveram na comitiva acompanhando o presidente.

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