Da Revista Cenarium*
MANAUS – Combustível, horas de voo e transporte para simular uma guerra entre dois países na Amazônia custou R$ 6 milhões para o Exército brasileiro, que realizou uma operação militar inédita no País. A informação é do jornal O Globo, que foi obtida por meio da Lei de Acesso à Informação.
Segundo a reportagem, a simulação ocorreu entre 8 e 22 de setembro, em um momento de animosidade com a Venezuela, no qual o governo brasileiro declarou “persona non grata” os representantes diplomáticos, consulares e administrativos de Nicolás Maduro que atuam no Brasil.
O jornal cita que a operação envolveu 3,6 mil militares e se conectou nas cidades de Manacapuru e Novo Airão, no Amazonas, num raio de 100 a 300 quilômetros de Manaus. A ação, segundo O Globo, os militares criaram campo de guerra em que um país “Vermelho” invadiu um País “Azul”, sendo necessário expulsar os invasores.
Chamada de Operação Amazônia, o valor gasto com a simulação incluiu o lançamento de mísseis com alcance de 80 quilômetros. Segundo o jornal, o recurso saiu do Comando de Operações Terrestres (Coter). Apesar de evocar a Lei de Acesso à Informação, o Exército não informou os outros gastos com a operação, além de combustível, horas de voo e transporte de civis.
“Foram empregados diversos meios militares, tais como viaturas, aeronaves (aviões e helicópteros), balsas, embarcações regionais, ferry-boats, peças de artilharia, o sistema de lançamento de foguetes Astros da artilharia do Exército, canhões, metralhadoras, ‘obuseiro’ Oto Melara e morteiros 60, 81 e 120 mm, além de veículos e caminhões especiais”, afirmou o Exército ao O Globo.
No dia 14 de setembro, pontua a reportagem, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, foram à região acompanhar a operação, como o disparo dos mísseis.
No dia 15, a artilharia do Exército realizou os disparos de 20 foguetes, conforme informações do Comando Militar da Amazônia repassadas ao jornal. O caso ocorreu na altura do quilômetro 61 da rodovia AM-010, que liga Manaus ao município de Itacoatiara.
O objetivo foi “neutralizar uma base do Exército oponente”. Segundo O Globo, o Exército diz que trabalha na elaboração de lançadores de foguetes com alcance de 300 quilômetros.
Segundo o Ministério da Defesa, em nota ao jornal, a operação “foi um exercício em campanha com tropa no terreno que simulou uma ação convencional no contexto de amplo espectro e em ambiente operacional de selva”.
“As ações ocorreram sobre uma imensa área e tiveram como objetivo estratégico elevar a operacionalidade do Comando Militar da Amazônia. A operação consiste em importante preparação para a atividade-fim das Forças Armadas, de defesa da soberania nacional, principalmente em uma região que tem a prioridade do Brasil”, afirmou o ministério.
O jornal O Globo diz, ainda, que enviou questionamentos ao Itamaraty e à Embaixada dos EUA sobre a visita de Pompeo no mesmo momento da simulação de guerra pelo Exército, mas não obteve retorno.
(*) Com informações do jornal O Globo
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