Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium
MANAUS – Ao cumprir agenda em Manaus, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que a distância dos municípios amazonenses prejudica a entrega de cestas básicas para indígenas do Estado. A visita aconteceu na tarde desta terça-feira, 16, para a entrega de máscaras na arena Amadeu Teixeira, local que serve de abrigo aos moradores em situação de rua durante a pandemia do novo Coronavírus.
Damares ao falar com a imprensa sobre a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) para que a União comprove, em até 24 horas, a entrega de cestas básicas a indígenas do município de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus), informou que a União se antecipou à decisão judicial. Ela também culpou a localização do Amazonas para as cestas não terem sido entregues antes.
O Ministério Público Federal (MPF) noticiou descumprimento de decisão anterior do Tribunal, na qual a entrega já havia sido determinada em atendimento às medidas emergenciais de combate à pandemia da Covid-19. O descumprimento dessa nova determinação, proferida pela desembargadora federal Daniele Maranhão, enseja multa no valor de R$ 100 mil.
Dificuldades
A situação em São Gabriel da Cachoeira é considerada grave, conforme dados do MPF. Mais de 1,8 mil casos de covid-19 já foram confirmados e quase 1 mil estão em monitoramento. Além disso, mais de 20 pessoas já morreram na localidade em decorrência do novo coronavírus.
Localizado na bacia do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira é o município com maior concentração de indígenas no país. A cidade tem 85% de seu contingente populacional composto por indígenas.
Ao todo, são 91 terras indígenas, 23 etnias, com uma diversidade de 16 línguas faladas, sendo quatro línguas co-oficializadas em São Gabriel da Cachoeira (Baniwa, Tukano, Nheengatu e Yanomami).
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