‘E eu continuo delegado de Polícia Federal’, Alexandre Saraiva ironiza saída de Salles do Ministério do Meio Ambiente

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – O delegado da Polícia Federal (PF), Alexandre Saraiva, ironizou a saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente (MA), que pediu demissão do cargo na tarde desta quarta-feira, 23, ao presidente Bolsonaro. Em uma publicação nas redes sociais, Saraiva comentou “e eu continuo delegado de Polícia Federal” junto a um emoji (figurinha) sorridente com óculos de sol.

Em seguida, Saraiva compartilha trecho de uma entrevista de Salles à coluna Valor Econômico, do jornal O Globo, na qual o então ministro do Meio Ambiente é questionado sobre a polêmica frase “passar a boiada”, uma referência para propor alterações nas normas ambientais, sob alçada do Executivo. “Eu avisei que não ia passar boiada”, escreve o delegado da Polícia Federal.

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Exoneração

Desde o ano passado, o agora ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estava em atrito com a Polícia Federal por causa da apreensão de madeiras, no Pará, considerada a maior da história. Em abril deste ano, o então superintendente da instituição, Alexandre Saraiva, enviou uma notícia-crime contra o ministro, alegando o crime de “obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do poder público no trato de questões ambientais”. O caso culminou com o delegado exonerado do cargo.

Desde então, Ricardo Salles passou a ser alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal realizou buscas contra o ministro do Meio Ambiente e servidores do Ibama e da pasta na operação batizada de Akuandaba, deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que também determinou o afastamento do presidente do Ibama, Eduardo Bim, por suspeitas de irregularidades.

Em junho, a ministra Cármen Lúcia, do STF, determinou a abertura de inquérito para investigar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A magistrada atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que havia solicitado a instauração de investigação ao Supremo com a necessidade de apurar a suspeita dos crimes de advocacia administrativa, dificultar a fiscalização ambiental e embaraçar a investigação de infração que envolva organização criminosa.

Nesta quarta-feira, 23, Salles pediu demissão. O ato de exoneração foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) e o atual Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, Joaquim Álvaro Pereira Leite, foi nomeado para o cargo.


Edição: Andréa Vieira

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