Ecobags personalizadas viram fonte de renda e sustentabilidade para empreendedora nortista

As peças produzidas a mão não poluem o meio ambiente (Reprodução/@xodo.ecobags)
Priscilla Peixoto – Da Cenarium

MANAUS – Pensando na sustentabilidade aliada à arte e praticidade, a administradora e estudante de psicologia, Izaída Ribeiro, 26 anos, investiu na produção de ecobags. Preocupada com o descarte de sacolas plásticas e a poluição ao meio ambiente, a nortista, nascida no município de Borba (distante 151 quilômetros de Manaus), viu uma oportunidade de transformar a consciência ambiental em fonte de renda.

Nomeada de “Xodó Ecobags”, Izaída fez da rede social Instagram a principal vitrine, tanto para expor as sacolas quanto para passar a mensagem de que é preciso cuidar do meio ambiente. “Sempre tive sensibilidade para este assunto, mas só mais velha é que fui ficando mais incomodada e isso refletiu nas minhas ações no empreendedorismo junto à arte”, conta a amazonense.

O empreendimento conta com a ajuda da mãe e do irmão. A mãe assume a costura dos itens e o irmão fotografa as peças, que são produzidas de maneira totalmente artesanal. Após isso, são finalizadas com pinturas inspiradas em acontecimentos do cotidiano, feminismo e outras correntes progressistas, segundo a empreendedora.

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“Utilizamos tecido de algodão cru, pois tem mais resistência, traz uma estrutura simples e natural, não tem química e minha mãe costura todas com muito carinho. Com relação à pintura, procuro imprimir um olhar diferente inspirado no meu dia a dia, passo o esboço para um caderninho e depois a arte acontece”, explica Izaída.

As ecobags custam em média R$ 35 a unidade (Reprodução/ @xodo.ecobags)

Potencial e consumo

Com apenas alguns meses no mercado, a administradora acredita que tem potencial para crescer e expandir. Sem se preocupar com a concorrência que vende o mesmo produto, ela acredita em dois fatores considerados diferenciais do seu produto: a qualidade e as pinturas manuais, que segundo Izaída fazem com que as peças sejam únicas.

Além disso, a lojinha virtual também disponibiliza a entrega dos produtos nas residências dos clientes aos sábados. Cada peça custa em torno de R$ 35 e tem sido a principal fonte de renda da jovem empreendedora.

“Elas são meu sustento, produzo por semana em média de 6 bolsas a pronta-entrega, fora os pedidos personalizados que recebo”, conta a empreendedora que chama atenção para a gradual mudança de consumo da população em relação aos produtos que não agridem tanto o meio ambiente.

“Eu acho que está crescendo um galera que está começando a repensar o jeito como a gente consome, como as coisas estão sendo descartadas e reutilizadas, estamos no exercício de mudança de hábitos e, consequentemente, isso se torna algo coletivo. Atualmente, meu público é majoritariamente feminino, mas aos poucos estamos trabalhando para mudar isso e mostrar que ela é um acessório neutro usado por todos”, ressalta.

O público feminino ainda é o que mais adota o uso do acessório (Reprodução/@xodo.ecobags)

Poluição

De acordo com o Atlas do Plástico 2020, o Brasil é o 4ª maior País produtor de lixo plástico no mundo. O País produz em média 11 milhões de toneladas de resíduos plásticos que contaminam o meio ambiente. Quando o assunto se resume especificamente para as sacolas plásticas, os números ficam ainda mais expressivos, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental (EPA), a população mundial consome a cada ano mais de 3 trilhões de sacolas plásticas.

Izaída defende que retirar esses produtos como as sacolas plásticas de circulação seria uma alternativa viável para ajudar a reduzir a poluição causada pelo produto que são descartados de forma incorreta, causando não só poluição e impermeabilização no solo, como a poluição nos rios e contribuindo para o aquecimento global, quando incinerados nos aterros sanitários.

“Precisamos nos atentar para essas questões, não são só bolsas, é um produto que auxilia no cuidado com o planeta em que vivemos, parece pouco, mas se a maioria tivesse essa consciência, acredito que nosso mundo não estaria tão maltratado assim”, finaliza.

(Reprodução/@xodo.ecobags)

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