Economistas propõem alternativas para frear crise no mercado profissional

Entidade de classe luta para assegurar reservas de mercado aos profissionais da economia e com isso estancar a queda nos registros profissionais (Reprodução/Corecon-ES)
Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Os economistas do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM) apresentaram alternativas para conter a queda do número de registros profissionais no Estado. As propostas foram apresentadas durante o programa CoreCast e entre elas se destacam a contratação de profissionais para o ensino de educação financeira nas escolas públicas e particulares.

A contratação se estenderia para o ensino de disciplinas correlatas à economia, nas universidades, bem como contratação de economistas por parte do Governo do Estado para estudos na Secretaria de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), entre outras ações.

A busca por alternativas surgiu após o resultado da nota técnica apresentada na última semana pela Comissão de Valorização Profissional da entidade. Os números passaram a preocupar o Corecon. No estudo é possível constatar queda entre os anos de 2015 e 2022. Nesse período, o número de registros ativos no conselho teve redução de 16,4%, saindo de 1.864 para 1.559.

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A previsão aponta ainda que até 2025 a queda continue avançando. Calcula-se que a quantidade de registros ativos seja de 1.337. Assim como na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por exemplo, o registro profissional de economista é obrigatório para o exercício da profissão, de acordo com a Lei 1.411, de 1951.

Membros do Corecon-AM durante o programa CoreCast, na última sexta-feira, 5 (Reprodução/Divulgação)

Para o presidente de fiscalização do Corecon-AM, Judah Torres, é preciso reverter a situação. “Queremos todo mundo unido em prol da valorização profissional. Essa questão de subemprego, também vemos com advogados, engenheiros, mudando de profissão. Mas o economista está perdendo a sua reserva de mercado e nós temos que identificar, junto com os professores e pesquisadores, o motivo dessa baixa procura do mercado de trabalho”, observou.

Críticas

O estudo apresentado pelo Corecon-AM sofreu críticas de alguns professores e instituições, mas o presidente da entidade, Marcus Evangelista, rebateu. “Daqui a dois ou três anos, quando o colega que está na faculdade for se registrar, não vai ser mais pelo Corecon Amazonas. Poderá ser Corecon Pará, Brasília. Então, quando a gente fala que o economista do Amazonas está em extinção é nesse sentido, porque daqui a alguns anos, provavelmente, vai ser um economista registrado em outro Estado”, previu.

Presidente do Corecon-AM, Marcus Evangelista busca o fortalecimento da categoria no mercado de trabalho (Reprodução/Divulgação)

Ainda de acordo com o representante da entidade, a ideia não é provocar cismas na categoria e, sim, unir forças em busca de soluções e melhorias para os profissionais economistas do Amazonas. “É por isso que estamos levantando esses dados, não para confrontar as universidades, mas para unir forças para mudar esse panorama. Estamos, aqui, não defendendo a entidade em si, mas defendendo o seu futuro profissional como economista”, adiantou Marcus Evangelista.

Judah Torres completou chamando atenção para as alternativas. “Já está na grade do MEC a questão da educação financeira nas escolas. Existe um projeto de lei tramitando aqui na Assembleia do Amazonas sobre isso e, inclusive, nós vamos convidar o parlamentar que elaborou o projeto para estar debatendo conosco. Vamos analisar como está o projeto, se não tiver a questão do economista para ministrar as aulas, nós vamos sugerir esse incremento e vamos lutar por vagas no mercado de trabalho”, finalizou.

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