EDITORIAL – A Amazônia precisa de estadistas, por Paula Litaiff
30 de agosto de 2022
Amazônia (Gisele Alfaia/Reprodução)
Mais do que líderes, a Amazônia precisa de estadistas para os próximos quatro anos. Essa é uma reflexão que a REVISTA CENARIUM leva a seus leitores ao apresentar, na edição de agosto, as conjunturas sociais e econômicas de cada uma das nove entidades federativas da região amazônica.
Com 20.072.839 eleitores, representando 9,829% do total de eleitores do Brasil, a Amazônia Legal pode não deter o maior capital eleitoral do Brasil, mas possui algo que nenhuma região do mundo tem, seus povos e sua biodiversidade. Falta ao Brasil e outros países compreenderem a sua importância e dar à região o valor que ela merece, mas para isso, precisamos de porta-vozes à altura.
“Um político pensa na próxima eleição. Um estadista, na próxima geração”, diz a frase atribuída ao escritor norte-americano James Freeman Clarke (1810-1888), que serviu de objeto de estudo para acadêmicos ao longo dos séculos, deixando hiatos e carências na história brasileira e da Amazônia.
Cientistas políticos têm entre si o consenso de que em gestão pública é necessário haver líderes capazes de fazer as reformas institucionais sem as quais se está condenado à mediocridade.
Os estadistas possuem a capacidade de avaliar quais são as travas ao desenvolvimento e ao fortalecimento das instituições democráticas. Eles sabem que somente com órgãos públicos consolidados é possível assegurar a prosperidade do povo, com segurança, sem a codependência dos partidos políticos.
Em sua origem, as agremiações partidárias tinham uma missão vital para o estadismo, a de interpretar as aspirações da sociedade, orientando-as para o bem comum, oferecendo a todos os cidadãos a possibilidade efetiva de participar da formulação de políticas públicas. Com o passar do tempo, o que era missão virou um ideal inalcançável.
Diante disso, cabe, agora, ao líder e representante do Estado tomar para si a responsabilidade de lutar pelos interesses das gerações atuais e das futuras na defesa de projetos de inclusão social, de diversidade e biodiversidade, um desafio àqueles que pretendem deixar seus nomes marcados na história da política, não pela necessidade do voto, mas pelo respeito à humanidade.
(*)Graduada em Jornalismo, Paula Litaiff é diretora executiva da Revista Cenarium e Agência Amazônia, além de compor a bancada do programa de Rádio/TV “Boa Noite, Amazônia!”. Há 17 anos, atua no Jornalismo de Dados, em Reportagens Investigativas e debate de temas sociais. Escreveu para veículos de comunicação nacional, como Jornal Estado de S. Paulo e Jornal O Globo com pautas sobre Amazônia. Seu trabalho jornalístico contribuiu na produção do documentário Killer Ratings da Netflix.
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