Editorial: ‘A beleza e seu paradoxo’, por Paula Litaiff

Da Revista Cenarium

MANAUS – O belo existe ou está na visão de quem vê? Desde os primeiros debates filosóficos entre os maiores pensadores da humanidade sobre o conceito de estética nunca se conseguiu chegar a um consenso sobre um modelo universal de beleza e, se não há consenso, não deveriam existir padrões determinados.

A REVISTA CENARIUM neste mês de celebração ao Dia da Mulher vem mostrar que o ideal de “beleza estética” – insanamente caçado, principalmente, pelo público feminino – deveria existir dentro de cada um de nós. Grandes gênios do pensamento como Platão (428 a 347 a.C), Aristóteles (384-322 a.C.), Immanuel Kant (1724-1804) e Friedrich Nietzsche (1844-1900) divergiram quando o assunto foi a ideia do que é ser belo, tendo como parâmetro, essencialmente, as obras de arte.

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Para Platão (428 a 347 a.C), a beleza existiria no mundo das ideias, separada do mundo sensível (que é o mundo concreto, no qual vivemos). Assim, as coisas seriam mais ou menos belas a partir de sua participação nessa ideia suprema de beleza, independentemente da interferência ou do julgamento humano.

Aristóteles (384-322 a.C.) tinha um pensamento de que a beleza é uma criação humana. O filósofo entende que o belo não pode ser desligado do homem, já que ele está em nós, é uma fabricação humana.

Immanuel Kant (1724-1804) dizia que para fazermos a distinção sobre se algo é belo devemos, em primeiro lugar, referir a representação, que se manifesta não através do entendimento humano ao objeto, mas por meio da faculdade da imaginação do sujeito.

Já Friedrich Nietzsche (1844-1900) defendia que o essencial de um ato estético é a criação de uma imagem interior, isto é, uma visão, um sonho do mundo exterior, não só daquilo que é mais belo, mas também daquilo que é mais imponente e, diferente de Platão, era contrário a dualidades.

Tendo em vista teses antagônicas de mentes brilhantes que ultrapassaram as gerações e suscitam debates até hoje, não deveríamos dar à sociedade atual o poder de determinar padrões estéticos, mas, assim como o conceito de beleza varia a cada indivíduo, essa é uma decisão que cada um deve ponderar.

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(*)Graduada em Jornalismo, Paula Litaiff é diretora executiva da Revista Cenarium e Agência Amazônia, além de compor a bancada do programa de Rádio/TV “Boa Noite, Amazônia!”. Há 17 anos, atua no Jornalismo de Dados, em Reportagens Investigativas e debate de temas sociais. Escreveu para veículos de comunicação nacional, como Jornal Estado de S. Paulo e Jornal O Globo com pautas sobre Amazônia. Seu trabalho jornalístico contribuiu na produção do documentário Killer Ratings da Netflix.

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