EDITORIAL – Desafios estruturais em Belém, por Márcia Guimarães
03 de abril de 2024

As cidades amazônicas convivem historicamente com problemas de infraestrutura básica que agravam ainda mais suas mazelas sociais. Não raro, estão no topo de rankings como o de pior IDH, carência de saneamento básico, falta de sistemas adequados de descarte e tratamento de resíduos, desabastecimento de água, mobilidade urbana, déficit de habitação e insegurança alimentar. Com Belém, capital do Pará, a história não é diferente.
Desde 2023, quando foi escolhida como sede da COP30, a capital paraense vive, além de problemas como esses, o desafio de enfrentar uma corrida contra o tempo para, ao menos, amenizar algumas das adversidades até a Conferência do Clima, quando deve cumprir a missão de ser uma vitrine ambiental. Um dos graves gargalos que Belém enfrenta é, atualmente, a crise do lixo, sem aterros sanitários adequados e com coleta irregular. Por essa razão, a cidade é o foco da capa desta edição da REVISTA CENARIUM.
Em uma reportagem especial, visitamos a capital paraense para observar os principais problemas de infraestrutura que podem ir na contramão do ideal preconizado pelas Nações Unidas na realização das Conferências Climáticas. A equipe de reportagem ouviu a população, visitou áreas impactadas pelos lixões e as comunidades ao seu redor, viu as condições de pontos turísticos e abordou questões relacionadas à pobreza e estrutura de hotelaria. Também buscou informações sobre o que está sendo feito para melhorias e quais são os investimentos previstos.
O resultado pode ser visto nas páginas desta edição e também em vídeo em nosso site, revelando que a cidade está ainda longe de um ponto de equilíbrio entre a realidade e as soluções desejadas pelas Nações Unidas para a melhoria do bem-estar humano.
Belém é uma cidade de 1.059,466 quilômetros quadrados, com 1.303.403 habitantes e densidade demográfica de 1.230,25 habitantes por quilômetros quadrados, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,746 e PIB per capita de R$ 22.216,33, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São dados que mostram uma grande cidade ainda em desenvolvimento, com índices sociais que vêm melhorando ao longo dos anos, segundo quadro de evolução do IBGE, e com enorme potencial turístico.
Com os holofotes que se voltam a Belém com a realização da COP30, o que se espera é que a cidade consiga converter investimentos e visibilidade em melhorias reais para a população e ainda com resultados da conferência que sejam positivos para o planeta.
Vale o alerta.
O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA do mês de março de 2024. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.
