Resultados dos Diálogos Amazônicos e da Cúpula da Amazônia, em Belém, frustraram as expectativas de muitos no quesito representatividade (Reprodução)
MANAUS (AM) – Nos últimos anos, aumentou o interesse de todos pela Amazônia. Empresas, governos, organizações civis e líderes políticos de todo o mundo se dizem preocupados com a preservação da floresta e bebem na fonte do discurso de que a preservação, ou conservação, só é possível se levar em conta as pessoas que vivem sob a copa das árvores. Mas, até que ponto as palavras, interesses e visões de mundo dessas pessoas estão sendo respeitados nas decisões tomadas sobre a região?
No início do mês, os resultados dos Diálogos Amazônicos e da Cúpula da Amazônia, em Belém, frustraram as expectativas de muitos no quesito representatividade. O diálogo, a princípio, parece ter ficado somente nas plenárias que antecederam a Cúpula, encontro dos presidentes dos países pan-amazônicos signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA).
Representantes da sociedade civil, incluindo lideranças de comunidades de povos tradicionais da região, debateram questões que consideram urgentes e as reuniram em relatórios onde pontuaram medidas específicas, com prazos concretos.
Na Declaração de Belém, resultante da Cúpula, nada ou quase nada, foi incorporado e não há metas contundentes, nem prazos concretos, queixaram-se os mesmos que falaram nos debates. Em comum em suas falas está o anseio de que seus desejos e ideias sejam respeitados.
As demandas serão atendidas nas próximas etapas dos acordos internacionais? O tempo e as COP – Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – nos dirão. Analistas, pesquisadores e representantes de organizações independentes apontam os motivos das dificuldades em torno de um consenso e analisam possíveis encaminhamentos aos acordos firmados em Belém.
A despeito de os resultados não terem agradado a muitos, os eventos na capital paraense nos lembraram que a Amazônia é um enorme caldeirão, que vai muito além do Brasil. Seus quase 8 milhões de quilômetros quadrados, que se espalham por nove países, abrigam, aproximadamente, 48 milhões de habitantes, dentre ribeirinhos, quilombolas, indígenas de centenas de povos diferentes e cidadãos de grandes e pequenos centros urbanos. E, nesta edição, dedicamos a reportagem de capa ao respeito a essas pessoas, nos propondo a ecoar suas vozes naquilo que pensam e desejam para a Amazônia que os abriga.
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