EDITORIAL – O homem que modernizou o Brasil, por Márcia Guimarães
09 de agosto de 2024

Juscelino Kubitschek é um dos presidentes que mais marcaram a história do Brasil. Com o lema “50 anos em 5”, se propôs a dar ao País cinco décadas de desenvolvimento em um curto espaço de tempo. Pode-se dizer que conseguiu. O plano desenvolvimentista de JK levou ao crescimento da indústria, sobretudo a
automobilística, à abertura de rodovias, criação de universidades, fortalecimento do setor de energia e à sua maior concretização: a criação de Brasília, que mudou o centro de poder do País e voltou as atenções para as regiões Norte e Centro-Oeste. Com seus feitos, JK contribuiu para modernizar o Brasil.
Diante de uma história com grande impacto no País, o diretor Fábio Chateaubriand e equipe dedicaram dois anos de trabalho à criação da minissérie documental “JK, O Reinventor do Brasil” e ao livro “Juscelino Kubitschek, uma fotobiografia”, cujo objetivo é servir de registro histórico e contribuir para as novas gerações conhecerem melhor esta importante figura brasileira. Por essa razão, nossa edição deste mês também se dedica a lançar luzes sobre a vida e a obra de JK por meio de uma entrevista exclusiva com Chateaubriand.
Além de grandes feitos, JK se destaca pela perseguição que sofreu da Ditadura Militar. Apesar de haver controvérsias sobre o envolvimento com líderes militares para o golpe de 1964, JK depois passou a ser visto como ameaça, por seu carisma e popularidade junto à população, e acabou perseguido, teve mandato parlamentar cassado, passou três anos em exílio entre Europa e Estados Unidos, e chegou a ser preso ao retornar ao Brasil, durante a vigência do AI-5.
Por conta da perseguição, há quem aponte a morte de JK em um acidente de carro como um assassinato. Em 2013, a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo chegou a concluir que o ex-presidente foi vítima de complô e atentado político”. JK morreu enquanto atuava em uma frente ampla contrária ao regime ditatorial.
Como toda grande figura histórica, JK não foi perfeito, nem santo, e há pontos negativos em sua trajetória, como a morte de centenas de trabalhadores na construção de Brasília, o alto custo da criação da cidade e de outras grandes obras que elevaram a dívida externa do País, alinhamento exacerbado aos capitalistas e intensificação do desmatamento pela abertura de rodovias. No entanto, conhecer a fundo sua história é o que nos permite um olhar crítico para tirar nossas próprias conclusões e também decidir sobre a escolha de novos líderes.
Conhecer a história para repensar o futuro. Talvez este seja o grande legado de JK e das obras que o eternizam para todas as gerações.
O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM do mês de julho de 2024. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.

(Reprodução)
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