EDITORIAL – O que queremos da COP da Amazônia


Por: Márcia Guimarães

06 de fevereiro de 2025
Da esquerda para direita: mulher quilombola, indígena na 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, e homem sentado em frente à casa no rio na Amazônia (Composição: Weslley Santos/CENARIUM)
Da esquerda para direita: mulher quilombola, indígena na 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, e homem sentado em frente à casa no rio na Amazônia (Composição: Weslley Santos/CENARIUM)

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) é crucial para o Brasil, para a Amazônia e para o planeta. Marcada para novembro deste ano, em Belém (PA), a COP30, chamada de “COP das Florestas”, carrega o simbolismo de ser realizada em meio à Floresta Amazônica, que impacta o clima global, e representa enormes responsabilidades e desafios. Do encontro de líderes mundiais depende o futuro da humanidade no planeta. Não há tempo para errar. Mas o que querem da COP30 os povos tradicionais, que estão na linha de frente da preservação da Amazônia? É o que buscamos abordar na reportagem de capa.

Diante do questionamento da CENARIUM, lideranças indígenas, quilombolas, ribeirinhas e extrativistas de Estados da Amazônia Legal trazem respostas que podem ser resumidas em uma palavra: respeito. Para esses líderes, as decisões tomadas na COP30 precisam ter como base os conhecimentos de quem vive na Amazônia e luta para preservá-la.

Segundo dados do MapBiomas, as Terras Indígenas (TIs) são oásis de preservação, tendo perdido apenas 1% de sua vegetação nativa entre 1985 e 2023. Nas áreas privadas, a devastação no mesmo período foi de 28%. O MapBiomas também identificou que os desmatamentos em Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQs) representaram somente 0,05% da área total desmatada em 2022, outro exemplo de preservação.

Sobre o impacto da Amazônia no clima do planeta, um estudo publicado na revista científica Nature, em dezembro de 2024, revela que a “respiração” da floresta tropical influencia a geração de partículas atmosféricas que viajam grandes distâncias, contribuem para a formação de nuvens e impactam a quantidade de chuva em diferentes regiões. Além disso, essas partículas influenciam o calor que a Terra recebe e reflete de volta para o espaço, impactando o clima global.

Ora, se a Amazônia é crucial para o clima do planeta e quem mais a preserva são os povos tradicionais que a habitam e detêm conhecimentos milenares sobre a floresta, nada mais justo do que respeitar esses povos, assegurando-lhes que suas vozes sejam ouvidas e que tenham poder de decisão na COP30.

O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.

Capa da edição de janeiro de 2025 da Revista Cenarium (Reprodução)
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