EDITORIAL – Repartidos, por Márcia Guimarães


31 de outubro de 2022
EDITORIAL – Repartidos, por Márcia Guimarães
(Foto: Thiago Alencar/CENARIUM)

As eleições deste ano desenharam, com contornos mais fortes, a divisão que ganhou forma no Brasil nos últimos anos. Uma disputa que vai bem além do embate eleitoral partidário. Direita x esquerda, ruralista x ambientalista, democracia x antidemocrático, trabalhadores x empresários, ricos x pobres. Um conflito entre ideias antagônicas, entre diferentes visões de mundo. E, na Amazônia Legal, a exemplo do cenário nacional, forças políticas ecoam a polarização. 

Personificada em Jair Bolsonaro (PL), de um lado, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de outro, a divisão fica visível no mapa eleitoral que coincide, não por coincidência, com os mapas da fome, da pobreza e do desmatamento, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getulio Vargas (FGV) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do primeiro turno nas eleições mostram a metade superior do Brasil, com Norte (quase todo) e Nordeste (inteiro) elegendo Lula, e a metade inferior, do Centro-Oeste ao Sul, dando vitória a Bolsonaro. Foram 14 Estados para Lula e 12, mais Distrito Federal (DF), para Bolsonaro. 

É no Norte – onde está a maior parte da Amazônia Brasileira – e no Nordeste, que estão os Estados com maior proporção de famílias abaixo da linha da pobreza e que enfrentam algum grau de insegurança alimentar. E, nos Estados do Norte onde Bolsonaro levou a melhor, estão regiões onde há maior desmatamento e que são associadas ao agronegócio, assim como os Estados que vão do Centro-Oeste para o Sul.  

Na Amazônia Legal, Lula venceu em cinco dos nove Estados. Nos quatro onde Bolsonaro venceu, prevalece a cultura do agronegócio e estão regiões do arco do desmatamento. Apesar disso, em contraditório, foram eleitas bancadas amazônicas para o Congresso Nacional mais alinhadas com o discurso de governo de Bolsonaro.  

Estamos repartidos, fragmentados, divididos. E o que isso significa? A resposta é o que tentamos trazer na capa desta edição. Sob o título de “Amazônia Dividida”, apresentamos visões sobre o que está por trás do discurso de polarização e as possíveis consequências para o futuro da região. Tire suas conclusões.

O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM do mês de outubro de 2022. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.

Edição de outubro/2022 (Reprodução)

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