EDITORIAL – Tragédia em Manaus: negacionistas têm sangue nas mãos
Há menos de um mês, protestos pela abertura do comércio tomaram o Centro de Manaus (Gabriel Abreu/Revista Cenarium)
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15 de janeiro de 2021
Por Paula Litaiff
O comportamento de negacionistas aos riscos da Covid-19 e o discurso de oportunistas da pandemia mostram o grau de hipocrisia e crueldade em meio à morte de centenas de pessoas por uma doença que, sabidamente, é transmitida pelo novo coronavírus, disseminado em aglomerações humanas.
Quem pede a intervenção federal, hoje, no Amazonas são aqueles que criticaram o Poder Público, “ontem”, por decretar a restrição no comércio após as festas natalinas em Manaus e defender o empresariado com o argumento de “não parar” a Economia.
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Eles foram aqueles que convocaram, em suas redes sociais, protestos nas ruas do Centro de Manaus, utilizando-se do desespero de pais de famílias, pois a maioria não compreende cientificamente a consequência nefasta da Covid-19.
Contrários à Ciência
Essa mesma classe faz parte ainda do grupo que, insistentemente, “receita” cloroquina e ivermectina como tratamento e prevenção, respectivamente, da Covid-19, mesmo sem reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Eles, também, procrastinam a vacinação por negar-se a acreditar na eficácia da vacina contra a doença. Fala-se em variante do novo coronavírus, um caso nunca levantado por esse grupo que nega opiniões de estudiosos.
Há cerca de 30 dias, debatia-se com representantes do comércio o fechamento gradual do mercado de serviços e produtos não essenciais no Amazonas, após sinais de alerta da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS).
A FVS chamava a atenção para o aumento dos casos de Covid-19 em Manaus. Esses representantes comerciais buscaram apoio para fazer valer o interesse particular em detrimento do coletivo.
Contrários à Justiça
Foi necessária uma decisão judicial para fazer fechar o comércio em Manaus após pedido do Ministério Público do Estado (MP-AM), e nem assim o ato foi respeitado por negacionistas.
Agora, com a crise da falta de oxigênio gerada pelo alto índice de internações em Manaus com o grande número de novos casos de Covid-19 (mais de 3 mil/dia) fala-se em ineficiência de gestão.
Princípios básicos
Como planejar a entrega de um serviço, se não há controle de procura versus oferta? Como calcular uma demanda se não se sabe a origem dela? Esses são princípios básicos da Economia e Administração.
Com o aumento de 28 mil metros cúbicos de oxigênio para 70 mil diariamente, em menos de uma semana, a principal empresa fornecedora admitiu colapso no Amazonas.
Europa e EUA
Hoje, até o Reino Unido e cidades dos Estados Unidos citam colapso na produção de oxigênio hospitalar em meio à disparada dos casos graves da Covid-19.
Em Estados da América do Norte e da Europa, ao contrário do Amazonas, autoridades juntam forças para salvar a população e não negam a Ciência para se destacar sobre a tragédia humana, visando likes ou votos.
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