‘Ele só subia na tribuna para esculhambar as mulheres’, diz Vanessa Graziottin sobre Bolsonaro em entrevista exclusiva à CENARIUM
30 de dezembro de 2020
Vanessa é quadro histórico do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). (Divulgação/Senado Federal)
Gisele Coutinho e Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – A ex-senadora Vanessa Grazziotin esteve presente nos estúdios da REVISTA CENARIUM para a gravação do programa ‘Nos Bastidores’ com o apresentador Gabriel Ricardo. Durante a entrevista, Vanessa, que é quadro histórico do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), no Amazonas, comentou sobre os bastidores da política em Brasília e as polêmicas com o atual presidente da República Jair Bolsonaro.
Nascida em Videira (SC), mas radicada no Amazonas desde anos 1970, Vanessa estudou, se formou e constituiu família em Manaus. Formada em farmácia, Vanessa Grazziotin foi vereadora, deputada federal e senadora. Atualmente é secretária nacional de mulheres do PCdoB e está organizando a terceira conferência que vai acontecer no mês de março de 2021, que é o mês mundial das mulheres.
Crítica com os temas mais sensíveis da sociedade brasileira, Vanessa segue, mesmo fora do parlamento, na defesa das bandeiras em que acredita, entre elas as causas feministas. Para a ex-senadora, as mulheres ainda são descriminadas no mercado de trabalho, mesmo tendo o grau de escolaridade superior aos dos homens, ainda recebem salários inferiores, exercendo as mesmas funções.
Tribuna
Com históricos de lutas, Grazziotin, quando deputada federal, votou “sim” pela criação da Lei Maria da Penha, em 2006. A aprovação foi um passo gigantesco para o enfrentamento à violência doméstica e familiar. Com mandato de senadora deu aval ao surgimento da Lei do Feminicídio, em 2015, que incluiu os assassinatos motivados pela condição de gênero no rol dos crimes hediondos, com penas mais duras.
Ainda enquanto senadora, Vanessa foi autora da lei de importunação sexual, que manda para a cadeia o homem que, em lugar público (metrô, ônibus, praça etc), ejacula enquanto olha as mulheres ou se esfrega nelas. Antes da Lei 13.718, esses atos abusivos eram considerados apenas contravenção penal, com pena de multa, que às vezes nem era aplicada.
Em um apanhado a ex-parlamentar contextualizou que a mesma lei, em vigor desde o ano passado, não deixa dúvidas sobre a exibição de cenas de estupro por meio de fotografia, vídeo ou qualquer outro registro audiovisual: é crime e ponto final. O alcance da aplicação entra no âmbito dos crimes cibernéticos. Em tempos de fake news, a abordagem vem para contribuir com o combate a esse delito.
Em outro trecho da entrevista, Vanessa Grazziotin comentou sobre o tempo em que teve como contemporâneo de parlamento, o à época deputado Jair Bolsonaro. “Ele só subia na tribuna para esculhambar as mulheres, elogiar a ditadura militar e a tortura, ele só sabia fazia isso”, comentou decepcionada Vanessa Grazziotin.
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