Eleições 2022: Amazônia é pauta obrigatória entre os candidatos à Presidência; ‘todos irão falar algo’

Nas eleições deste ano, os candidatos às disputas presidenciais podem apostar fortemente na pauta em suas campanhas (Reprodução)
Eliziane Paiva – Da Revista Cenarium

MANAUS -“A Amazônia é estratégica para o futuro Brasil”, a declaração da pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB), nesse último domingo, 5, Dia Mundial do Meio Ambiente, trouxe à tona uma discussão sobre a Amazônia ser usada como pauta nos debates entre os candidatos nas eleições deste ano.

A Amazônia como discussão mundial não é novidade entre as pautas de campanhas políticas como, a título de exemplo, no debate entre Joe Biden e Donald Trump nas eleições estadunidenses de 2020, em que Biden rebateu medidas significativas e econômicas em prol do não desmatamento da Floresta Amazônica, o que veio a despertar outras conversas e debates sobre o tema. 

Já no Brasil, nas eleições deste ano, os candidatos às disputas presidenciais podem apostar fortemente na pauta em suas campanhas políticas, foi o que afirmou o professor e cientista político Helso Ribeiro. “É natural que, em uma eleição, a Amazônia venha à tona (…) E, acima de tudo, um candidato à Presidência da República, aqui, no Brasil, ele vai ter uma visibilidade mundial também”, acentuou o professor.

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E ainda, de acordo com o especialista, os eleitores podem esperar muitos discursos “salvadores” para questões ambientais e, principalmente, relacionados à Floresta Amazônica, como o desmatamento. “Entendo que todos, sem exceção, irão falar algo da Amazônia”, opina o analista político. 

O que eles fizeram pela Amazônia?

Capa da Revista Cenarium do mês de fevereiro/2022 (Reprodução/Cenarium)

Em fevereiro deste ano, a edição física da REVISTA CENARIUM abordou as ações do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à Amazônia. “Bolsonaro e Lula tiveram tempo e poder para proteger a floresta e proporcionar qualidade de vida à população da região. Mas, o que fizeram?”, é o principal questionamento da publicação.

Presidente entre os anos de 2003 e 2011, Lula se destacou no segmento em seus dois governos na Presidência do Brasil. Os governos de Lula também foram marcados pelo fortalecimento dos órgãos de fiscalização contra crimes ambientais.

Essencial para a pesquisa e registro de dados na Região Amazônica, o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e o monitoramento remoto desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que trabalham com monitoramento via satélite e na fiscalização, foram criados, em maio de 2004, no primeiro Governo Lula.

A publicação destaca ainda que, na atual gestão, o cenário de devastação das florestas tem sido cada vez mais frequente. A razão é a falta de medidas eficazes contra crimes ambientais e o favorecimento de uma parcela da população que prioriza o enriquecimento às custas da natureza.

Terceira via nas disputas presidenciais

Helso destacou, inclusive, que os novos candidatos que estão nas disputas ao governo federal de 2022, pela perspectiva de terceira via, fogem do dualismo, como ocorre entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro. Estes candidatos devem incluir em suas proposituras matérias sobre a região amazônica como forma de se destacar em seus debates. “Então, todos que forem abordar a sua pauta de campanha, claro que vão colocar a questão amazônica”, apontou.

Como exemplo, a pré-candidata Simone Tebet (MDB) publicou em sua rede social que assume o compromisso de reconstruir o País. “Falar de Amazônia é falar de bioma, de floresta, mas é também falar de proteção aos povos originários, da pobreza, da violência, de todos os indicadores sociais ruins, em função do desmatamento e da ilegalidade”, escreveu a pré-candidata em publicação no Instagram.

O apresentador de televisão, que silenciou o desejo de participar da disputa presidencial, Luciano Huck, publicou nesse domingo, 5, um artigo no Jornal Folha de São Paulo com 22 propostas para 2022, dentre elas está a de impedir e punir o desmatamento; fazer da diplomacia do Brasil referência na pauta climática e ambiental; além de travar toda e qualquer iniciativa de regularização de grilagem de terras.

Veja as propostas sugeridas por Luciano Huck (Reprodução/Folhapress)

Além destes pré-candidatos, estão na disputa presidencial: Ciro Gomes (PDT), André Janones (Avante), Luciano Bivar (União Brasil), Felipe d’Avila (Novo), José Maria Eymael (DC), Vera Lúcia (PSTU), Leonardo Péricles (UP), Pablo Marçal (Pros) e Sofia Manzano (PCB). 

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