Eleições 2022: maioria dos governadores convocados para CPI da Pandemia tentam apoio de Bolsonaro

A previsão é que os depoimentos ocorram a partir da última semana de junho (Divulgação/Agência Senado)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO – Enfrentando possíveis cenários de isolamento político em seus Estados, a maioria dos nove governadores convocados à CPI da Pandemia tem buscado apoio do presidente Jair Bolsonaro para as eleições de 2022.

Apesar do alinhamento a Bolsonaro, que defendeu investigações contra governantes locais, a expectativa é que ao menos seis desses governadores assinem uma ação coletiva no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os depoimentos, conforme revelou a colunista do GLOBO, Bela Megale. A previsão é que os depoimentos ocorram a partir da última semana de junho.

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Cinco dos governadores convocados — Carlos Moisés (Santa Catarina), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Wilson Lima (Amazonas), Marcos Rocha (Rondônia) e Antonio Denarium (Roraima) — se elegeram em 2018 como novatos na política, impulsionados pela onda bolsonarista. Além deles, os governadores do Tocantins, Mauro Carlesse, e do Amapá, Waldez Góes, que não podem concorrer à recondução, procuram manter boa relação com o Planalto para encaminhar suas sucessões.

Neste grupo, pelo menos três governantes sinalizaram que iriam à CPI. Em vídeo divulgado na quinta, Carlesse disse estar “à disposição” assim que for chamado. Ibaneis, segundo o “G1”, disse que “pretende contribuir” — há um mês, o governador do DF disse ter o “prazer de ser apoiador” do presidente. Marcos Rocha, em nota divulgada pelo governo de Rondônia, avaliou que a convocação “será uma excelente oportunidade para tornar ainda mais transparente” a conduta do Estado.

Carlos Moisés (PSL), absolvido neste mês em seu segundo processo de impeachment, por conta de suposta fraude na compra de respiradores, classificou sua convocação como “manobra política” e foi rebatido pelo senador governista Jorginho Mello (PL-SC), que o acusou de “oportunismo”. Aliado próximo a Bolsonaro, Mello costura o apoio do presidente para concorrer ao governo de Santa Catarina em 2022, numa chapa que pode contar com o secretário nacional da Pesca, Jorge Seif, como candidato ao Senado.

Após se afastar em 2019, Moisés vinha buscando nos últimos meses reconstruir sua relação com Bolsonaro. Nos períodos de afastamento do governador, aliados de Bolsonaro apoiaram a ascensão ao cargo da vice Daniela Reinehr (sem partido), com quem Moisés rompeu no ano retrasado. Ao GLOBO, Moisés evitou citar Mello diretamente, mas acusou seus adversários de colocarem “o interesse político-partidário à frente do interesse da sociedade”. Sem confrontar Bolsonaro, Moisés tampouco quis avaliar os depoimentos feitos até aqui a CPI, que trouxeram à tona falhas e omissões do governo federal no combate à pandemia, mas disse que a convocação de governadores desvia o foco da CPI.

“Sim, penso que desvia a atenção. Existem precedentes do STF declarando inconstitucional esse tipo de convocação. Todos devemos obediência às regras da Constituição”, afirmou Moisés.

O isolamento político também atrapalha as costuras de Wilson Lima (PSC) e Antonio Denarium (sem partido). Ambos já foram alvos de pedidos de impeachment arquivados em suas assembleias locais e têm dificuldades para a composição de chapas à reeleição.

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