Eleitor-alvo do Auxílio Brasil pode se frustrar no próximo pagamento do benefício

O governo começa a pagar nesta segunda-feira, 18, a nona parcela do Auxílio Brasil, ainda com valor de R$ 400. Mas uma preocupação ronda a campanha do presidente Jair Bolsonaro, a de que os beneficiários esperem os R$ 600 nesta parcela de julho, o que poderia gerar frustração. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, no entanto, anunciou que “a meta” estabelecida pelo Planalto para repassar a primeira das cinco parcelas de R$ 600 seria dia 9 de agosto. No entanto, fonte do Ministério da Cidadania dá conta de que, até agora, não houve nenhum pedido oficial de antecipação para o pagamento do Auxílio Brasil com o novo valor.

Burocracia

Segundo essa mesma fonte, o Ministério já estava trabalhando na antecipação do pagamento do auxílio até o dia 15 de cada mês, como acontece com os demais benefícios. Antecipar para o dia 9 de agosto seria ainda outro processo que o Ministério considera exequível, já que foram aprovadas medidas no Congresso garantindo o volume de recursos. Mas o fato é que, apesar da pressa da equipe de campanha para o dinheiro chegar o mais rápido possível no bolso da população, até agora não foi dado a ordem de execução, demonstrando o descompasso entre a vontade política e a burocracia.

Desta vez passa

No meio da disputa política entre os que acusam crime eleitoral e os que correm para aprovar benesses para melhorar o desempenho de Bolsonaro nas pesquisas, o Supremo Tribunal Federal (STF) tentará se equilibrar para evitar que novos casos se repitam. Os ministros entendem que situações excepcionais aconteceram para a liberação dos auxílios. E votarão no sentido de que tal episódio serviu até mesmo para balizar a compreensão do STF sobre o tema. Por isso, devem dizer algo na linha do “desta vez passa”, mas que um novo pacote de bondades será prontamente rechaçado.

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A conta da reeleição

Segundo economistas, somados os R$ 41,2 bilhões dos auxílios mais diversas liberações de recursos e desonerações, como a do ICMS, programados para vigorar até dezembro, a conta da reeleição de Jair Bolsonaro pode chegar a R$ 300 bilhões, ou 4% do Produto Interno Bruto (PIB). O mais novo “jabuti” empurrado entre as benesses, por conta da controversa decretação de “estado de emergência”, foi a liberação da doação de tratores, cestas básicas e outros bens no período eleitoral – o que era proibido. Não… a oposição não “dormiu no ponto” já que, mesmo em menor escala, também se beneficiará do dispositivo.

Alckmin com evangélicos

Vice de Lula, Geraldo Alckmin foi escalado pelo comando da pré-campanha para abrir um canal de diálogo com os líderes das grandes denominações evangélicas e reduzir a agressividade destes pastores contra Lula. Segundo interlocutores que estavam na reunião do conselho político sobre o tema, Alckmin respondeu que faria o possível, mas salientou que não é evangélico, tem pouco trânsito entre os grandes pastores e precisaria de ajuda. Análises de pesquisas mostram que Bolsonaro está crescendo muito neste segmento do eleitorado, principalmente no Rio, terceiro maior colégio eleitoral do País.

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