Elite, proletariado, classe trabalhadora e classe média: saiba a diferença para não falar bobagens

Arte mostra silhuetas de pessoas representando a elite, classe média e baixa renda, sobre moedas (Arte: Catarine Hak/ CENARIUM)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS — No ano em que mais de 100 milhões de brasileiros vão às urnas para elegerem deputados, senadores, governadores e presidente, algumas classes trabalhistas serão bastante requisitadas para apoiar determinados candidatos e tal apoio pode ser decisivo nas eleições gerais, em outubro. Em entrevista à REVISTA CENARIUM, cientistas políticos e economistas esclareceram as diferenças de elite, proletariado, classe trabalhadora e classe média para que as pessoas possam entender melhor e não falar bobagem.

A economista Denise Kassama explicou que o primeiro ponto é fazer o eixo básico de todas essas nomenclaturas sobre o que é classe média, alta e baixa. Ela começa lembrando que para toda a classificação com base na renda familiar, aqueles que ganham entre R$ 2.971,37 até R$ 7.202,57 são considerados classe média, abaixo disso são classe baixa e os que ganhavam a mais seriam classe alta, a elite brasileira.

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“Podemos considerar elite as pessoas que ganham mais, têm maiores hábitos de consumo, uma renda superior à classe média e baixa. Já o proletariado são todos que trabalham e tem um emprego, possuem renda mediante a vínculo empregatício com alguém, então o proletariado vem de empregado. Por fim, a classe trabalhadora é todos nós que trabalhamos e auferimos renda para nossa família”, afirmou Kassama.

Já o cientista político e coordenador do Núcleo de Cultura Política da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Ademir Ramos detalhou que o proletariado é a classe trabalhadora que se contrapõe a concepção a mando da burguesia, que são os proprietários da linha de produção.

Especialistas definem classes, para exemplificar. (Arte: Isabelle Chaves/Cenarium)

“Essa manifestação se dá a partir do momento que os trabalhadores começam a tomar consciência de sua exploração, manipulação e começam a perceber que o seu trabalho é pouco remunerado e com isso começa a se mobilizar em termo de participação na luta sindical, a luta social dos movimentos sociais e a primeira manifestação dessa consciência de greve”, esclareceu Ramos.

Para Ademir Ramos, a classe média vive de privilégios do Estado e, principalmente no Amazonas, como não tem um capitalismo forte, a classe média vive das apêndices do Estado. “A classe média, na verdade, se configura um status superior aos trabalhadores diretos, porque ela está no sistema intermediário entre os donos do processo de produção, a burguesia”, disse Ademir.

A economista apontou ainda que o governo federal também tem a classificação de pobreza e extrema pobreza. Pobreza de R$ 100 a R$ 200 e extrema pobreza são aqueles que vivem com renda de até R$ 100 por mês. O governo usa classificação como parâmetro para os benefícios sociais e assistenciais que ele paga.

Divisão das classes sociais em forma de pirâmide humana (Reprodução/Internet)

Operários

Em meio ao século 21, a tela ‘Operários’, de Tarsila do Amaral, desenhada em 1933, representa bem uma classe literalmente explorada, vulnerável e sem acesso a muitas informações. O que demonstra como a classe trabalhadora ainda precisa lutar para garantir seus direitos, já que passam por um período de perdas.

A tela com 51 rostos mostra diferentes pessoas olhando em uma única direção e não estabelecem nenhum contato visual uns com os outros. A disposição dos trabalhadores, em um formato crescente, de pirâmide, permite que se veja a paisagem ao fundo: uma série de chaminés cinzentas de fábricas.

Pintado em 1933, a tela ‘Operários’ tem temática social e está exposta no Palácio Boa Vista (Romulo Fialdini)

Eleições Gerais

Aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em dezembro de 2021, o calendário eleitoral de 2022 determina que o primeiro turno das eleições acontecerá em 2 de outubro e um eventual segundo turno em 30 do mesmo mês. A previsão é que os resultados sejam divulgados nos mesmos dias. Neste ano, outra novidade é que o horário de votação será uniformizado em todo o País, deixando de haver diferenças por conta de fuso horário.

O ano já começou com algumas regras do calendário em vigor: desde 1º de janeiro, pesquisas de opinião devem ser registradas em um sistema do TSE. Além disso, já há limites impostos à distribuição de bens e benefícios pela administração pública; à realização de ações sociais por entidades nominalmente vinculadas a candidatas e candidatos; e ao gasto público com publicidade.

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