Em debate, Braga critica gestão de Wilson Lima, que contesta: ‘Quem é você para falar de corrupção?’


28 de setembro de 2022
Eduardo Braga (à esq.) e Wilson Lima, no debate dessa terça-feira, na Rede Amazônica (Reprodução/Globoplay)
Eduardo Braga (à esq.) e Wilson Lima, no debate dessa terça-feira, na Rede Amazônica (Reprodução/Globoplay)

Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Candidatos ao cargo de governador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB) e Wilson Lima (União Brasil) trocaram acusações durante debate eleitoral promovido pela Rede Amazônica, filiada da Rede Globo, na noite desta terça-feira, 28.

Marcado por acusações de corrupção, críticas à gestão da Saúde e recordando processos criminais, o debate, mediado pelo jornalista José Roberto Burnier, durou 2h30 e contou com a presença de seis candidatos ao governo, Wilson Lima (União Brasil), Eduardo Braga (MDB), Henrique Oliveira (Podemos), Israel Tuyuka (PSOL), Ricardo Nicolau (Solidariedade) e Carol Braz (PDT). O candidato Amazonino Mendes (Cidadania) não pode comparecer.

Com um pouco mais de 1h de debate, o candidato Eduardo Braga, sorteado para fazer pergunta ao candidato Wilson Lima, questionou a ausência do governador na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), realizada pelo Senado para apurar crimes e omissões dos governos federal e estadual durante a pandemia da Covid-19, que ficou conhecida como CPI da Pandemia ou CPI da Covid.

O senhor não foi à CPI da Covid, no Senado, tomou a decisão de optar por não ir e eu não tive a oportunidade de fazer pergunta lá na CPI, fiz para seu secretário de Saúde (Marcellus Campêlo), que, aliás, foi preso, como os outros dois anteriores também foram presos e quero fazer agora para a população de Manaus. Por que você deixou faltar oxigênio na cidade de Manaus?“, questionou o emedebista.

Wilson Lima, em sua resposta, rebateu a fala de Braga sobre corrupção. “Vou só voltar a questão do tema de corrupção candidato. Quem é o senhor para falar sobre corrupção? Com 14 processos, três vezes réu. Eu não sei se o senhor sabe, mas não existe a palavra corrupção no (meu) processo de 135 páginas no STJ, não há uma prova sequer contra mim, não há um indicativo que eu desviei um parafuso ou um prego“, afirma o governador.

No sistema processual do Supremo Tribunal Federal (STF), Braga é citado em 40 processos como réu, investigado ou requerido. Um dos processos associados à ‘Operação Lava Jato’, requerido pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), em 2019, cita, além de Braga, a empresa Rico Táxi-Aéreo, a ex-presidente da República Dilma Rouseff (PT), dentre outros senadores da época e empresas, por conta de uma possível simulação de notas fiscais, onde foram pagos R$ 6 milhões.

(Reprodução)

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Eduardo Braga rebateu afirmando que nunca foi réu, contrariando as informações disponíveis no site do STF. “Wilson você mente, eu nunca fui réu, diferentemente de você, que é réu por unanimidade do STJ e lá você é chamado, inclusive, de chefe de quadrilha pelo ministro Falcão, do STJ“, disse.

O candidato chamou Wilson Lima de incompetente e afirmou que Manaus foi o único lugar no mundo a faltar oxigênio. “O que você não explica é como tendo uma pandemia no mundo inteiro, no Brasil inteiro, o único lugar que faltou oxigênio foi no Amazonas e Manaus, e você tinha dinheiro, 500 milhões do fundo estadual de saúde, você foi avisado. Você não comprou por incompetência ou por falta de compromisso”, disse.

Lima rebateu afirmando que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 25 países tiveram problemas com abastecimento de oxigênio. “Você que está com celular aí, pegue seu celular e digite no Google: ‘falta de oxigênio em São Paulo’, para você ver em quantos hospitais e em quantas cidades desse Estado houve problema com oxigênio”, afirmou o governador.

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