Em discurso reflexivo, Elisabeth Valeiko, mulher de Arthur Virgílio, assume protagonismo socioambiental

Presidente do Fundo Manaus Solidária, Eisabeth Valeixo falou sobre mudanças nos projetos arquitetônicos para contemplar áreas verdes na capital amazonense (Reprodução/Facebook)

Paula Litaiff – Da Revista Cenarium

A primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko do Carmo Ribeiro, usou do protagonismo social que já detém à frente do Fundo Social de Solidariedade (FSS), “Manaus Solidária”, e fez um alerta sobre os desafios ambientais enfrentados na capital amazonense, em um vídeo gravado para as redes sociais sobre a Semana Mundial do Meio Ambiente, comemorada neste mês.

Em um tom menos amistoso e mais reflexivo, a primeira-dama diz que o momento não é de festejos.  “É o momento de refletir, não é de festejar. Para gente refletir, realmente, o que vale, quais são os valores hoje que nós temos para seguir nossas vidas. E uma delas, é justamente o meio ambiente, um lugar onde nós vivemos, onde nós habitamos, onde nós precisamos cuidar e ter essa reflexão: ‘o que nós estamos fazendo hoje pelo lugar onde a gente vive? O que nós estamos fazendo, hoje, pelo meio ambiente?’”, questionou.

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Presidente da Comissão de Paisagismo da Prefeitura de Manaus, Elisabeth Valeiko, que é arquiteta por formação, disse que precisou atuar diretamente na reversão de projetos arquitetônicos que iriam ser entregues, sem a contemplação de áreas verdes. “(…) os projetos que chegavam ao prefeito Arthur (Virgílio) eram lindos nas fotos, tinha árvores, verde. Mas na realidade, estava sendo contemplado apenas o projeto físico, o projeto arquitetônico. Na hora da entrega, não tinha a parte de paisagismo, de passeio, de água, grama, não tinha nada disso”, observou.

A formação acadêmica e a análise técnica das obras fizeram a arquiteta reavaliar as diretrizes dos projetos e contratos para que em toda obra municipal fosse contemplado o paisagismo ou a preservação da vegetação original das localidades. “Hoje, todos os projetos da prefeitura (de Manaus), existe o projeto do paisagismo, que tem que estar integrado ao projeto arquitetônico”, apontou.

Quebra de paradigmas

O novo comportamento administrativo diante da valorização do meio ambiente gerou a humanização das obras implantadas em Manaus, nos últimos anos. “Não existe nenhuma obra linda e perfeita se não houver a humanização dele, se não houver o paisagismo verde, que eu tanto valorizo”, explicou Elisabeth Valeiko.

A responsabilidade do cidadão em garantir a manutenção dos projetos de paisagismo, bem como a preservação do patrimônio público, também, foram abordados pela primeira-dama de Manaus. “Precisamos entender que é necessário cuidar do lugar onde nós vivemos. O que é cuidar: que a gente não jogue lixo nas ruas, não jogue lixo no igarapé, cuide da sua cidade como você cuida da sua casa, e esse ambiente aqui, em que nós estamos vivendo, é nosso, dos nossos filhos, dos nossos netos”.

Voltando-se à reflexão da data lembrada em junho, Valeiko destacou a importância da valorização das obras municipais pelo próprio cidadão, responsável pelo recurso empregado nos projetos públicos. “Vejam: é o Dia Mundial do Meio Ambiente, não é o Dia Municipal, nem nacional. É mundial, porque todos entendem a importância de um meio ambiente saudável, que não é só limpo ou estar bonito, é a gente valorizar e compreender o quanto nós precisamos disso (…)”, observou. 

Veja o vídeo na íntegra

Novos parques

Há mais de um ano, a Prefeitura de Manaus deu início às obras de três novos parques ambientais e de lazer que serão instalados nas áreas verdes dos conjuntos Hileia 2, no bairro Redenção; loteamento Monte Sinai, no Monte Sinai; e dos Sargentos e Subsargentos, no bairro Flores, de acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semma).

Os espaços serão mantidos por empresas privadas e associações de moradores, segundo a Secretaria de Parcerias e Projetos Estratégicos. Os espaços terão pista de caminhada, iluminação de LED, academias ao ar livre e parquinho infantil, além de jardinagem e arborização.

Com essas três áreas verdes, somadas às dos conjuntos Colina do Aleixo, Novo Aleixo, e Jardim Primavera, no Parque 10 de Novembro, sobe para 11 o número de áreas verdes contempladas por projetos de requalificação ambiental.

Conselho da Amazônia

No mesmo dia em que a primeira-dama de Manaus chamou a atenção para a reflexão socioambiental, o prefeito Arthu Neto enviou nota à imprensa para informar de seu pedido oficial ao Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), para participar como membro do Conselho da Amazônia Legal.

O pedido foi recebido pela presidência e encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente para análise. “Pedi para participar, como ouvinte e debatedor, para expor a realidade amazônica sob a ótica de quem sabe de suas dificuldades. Quero ser o ponto contraditório em um Conselho que é composto por 14 ministros comandados pelo presidente e que não vão debater suas opiniões”, relatou Virgílio.

O Conselho conta com a participação de ministérios e não tem representantes de órgãos e entidades com atuação direta na proteção do meio ambiente, das populações tradicionais que compreendem os povos indígenas, os quilombolas, pescadores e ribeirinhos, o que, para o prefeito de Manaus, acaba fragilizando o debate.

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